Unipampa promove o 10º Fórum Gaúcho de Arborização
A
Universidade Federal do Pampa (Unipampa) promove nos dias 23 e 24 de
agosto o 10º Fórum Gaúcho de Arborização, uma iniciativa da Sociedade
Brasileira de Arborização Urbana, apoiada pela Unipampa, Conselho
Municipal de Meio Ambiente (Comdema) e pela Prefeitura Municipal de Bagé
por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Proteção ao Bioma
Pampa. A atividade contará com a participação de várias prefeituras do
Estado, assim como técnicos da área.
O Fórum Gaúcho de Arborização foi idealizado em 2007, com reuniões
técnicas abrangendo a região metropolitana, em resposta a demanda de
discutir amplamente o tema da arborização urbana no Estado do Rio Grande
do Sul e qualificar os técnicos e os ambientes urbanos. O fórum é
itinerante e neste ano será realizado em Bagé devido ao
desenvolvimento de projetos de melhoramento do parque arbóreo do
município, com um envolvimento direto e crucial da Unipampa, por meio da
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, e o envolvimento da sociedade e
diversas instituições de ensino.
Uma das novidades este ano fica por conta da inserção da 2ª Reunião
de Biólogos do Rio Grande do Sul - Edição Bagé, parte do Programa CRBio
Itinerante, no corpo do evento. Em sua décima edição, o fórum traz neste
ano o tema "Arborização Urbana: serviços públicos, cidadania e
sustentabilidade."
10º Fórum Gaúcho de Arborização
Dias: 23 e 24 de Agosto
Local: Palacete Pedro Osório - Av. Tupy Silveira, 1436 - Bagé/RS
Inscrições e informações: forumdearborizacao.com.br
Programação
Quinta-feira – 23 de agosto
8h - Cerimônia de abertura
8h50 - Palestra “As Arvores e suas interações”, com Tatiana Cavaçana, IPEP Bagé/RS
9h20 - Palestra “Aspectos históricos, perspectivas e manejo da arborização da cidade de Bagé”, com o biólogo Rodrigo Kanaan da SEMAPA Bagé/RS
9h40 - Intervalo
10h - Palestra “Arborização, um serviço público”, com o engenheiro florestal Flávio Telles (Prefeitura Rio de Janeiro/RJ, vice-presidente da SBAU)
12h às 12h30 - Debate
12h30 às 13h30 - Intervalo de almoço
13h - Palestra “Programa de Arborização urbana: um exercício decidadania e sustentabilidade socioambiental - inventário arbóreo de Bagé, gestão e aspectos legais”, com engenheiro agrônomo Norton Sampaio do Condema/Unipampa
14h - Palestra “Planejamento em arborização urbana: foco 01”, com a bióloga Bibiana Cassol da SMAMS – Porto Alegre/RS
15h – Palestra “Planejamento em arborização urbana: foco 02, com a arquiteta Cleida Maria C.F. Gomes, Porto Alegre/RS
16h - Intervalo
16h - Debates com os palestrantes
17h20 - Encerramento
17h45 - CRBio itinerante
Sexta-feira - 24 de agosto
8h30 - Palestra “Cidadania, Educação e Sustentabilidade”, com a engenheira agrônoma Giuliana Del Nero Velasco, pesquisadora do IPT/SP
10h10 - Intervalo
10h20 - Debate
11h20 - Palestra “Programa de arborização urbana: um exercício decidadania e sustentabilidade socioambiental: educação ambiental”, com bióloga Ketleen Grala Unipampa – Bagé/RS
11h40 - Solenidade de encerramento
12h30 - Almoço
Encerramento com visitas técnicas
14h - Check in para os ônibus
14h10 - Saida dos ônibus para visita técnica
17h - Fim das atividades
Com informações da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
ARBORIZAÇÃO URBANA: IMPORTÂNCIA E ASPECTOS JURÍDICOS
Ultimamente
temos observado que está aumentando na população a preocupação em
relação ao meio ambiente urbano e a qualidade de vida de nossas cidades.
Fala-se
muito em áreas verdes e arborização, mas o que significam e qual a
relação que há entre si? Especificamente, qual é a importância da
arborização e quais são seus aspectos jurídicos? É o que tentaremos
analisar.
Arborizar
quer dizer plantar ou guarnecer de árvores um local. Por sua vez
arborização é o efeito de arborizar. Porém, quando pronunciamos estas
palavras tem-se a impressão, a primeira vista, de que estamos nos
referindo a uma região rural, mas estes termos são muito mais utilizados
em áreas urbanas do que nas rurais.
A
arborização urbana é caracterizada principalmente pela plantação de
arvores de porte em praças, parques, nas calçadas de vias públicas e nas
alamedas e se constitui hoje em dia uma das mais relevantes atividades
da gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e programas
urbanísticos das cidades.
Todo
o complexo arbóreo de uma cidade, quer seja plantado ou natural, compõe
em termos globais a sua área verde. Todavia, costuma-se excluir a
arborização ao longo das vias públicas como integrante de sua área
verde, por se considerar acessória e ter objetivos distintos, já que as
áreas verdes são destinadas principalmente à recreação e ao lazer e
aquela tem a finalidade estética, de ornamentação e sombreamento (José
Afonso da Silva. Direito Urbanístico Brasileiro, 2. ed. São Paulo.
Malheiros, 1997, pg247-248).
Praça na cidade de NOVA PRATA RS |
Outros
ainda afirmam que falta de permeabilidade em vista das calçadas,
descaracteriza esta forma de arborização como área verde.
Realmente
se analisarmos apenas pelas suas finalidades principais, são distintas,
mas se analisarmos do ponto de vista ambiental, podemos concluir que as
árvores existentes ao logo das vias públicas não podem ser excluídas do
complexo de áreas verdes da cidade, pois apesar de estarem dispostas de
forma linear ou paralela, constituem-se muitas vezes em uma “massa
verde contínua”, propiciando praticamente os mesmos efeitos das áreas
consideradas como verdes das praças e parques.
Ademais,
normalmente estas árvores estão protegidas pela legislação municipal
contra cortes, de forma que sua localização acaba sendo perene,
fortalecendo o entendimento de que compõem efetivamente a “massa verde
urbana”.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
Aliás,
há divergências até quanto a forma de se obter o índice área
verde/habitante, pois alguns utilizam em seus cálculos somente as áreas
públicas, enquanto outros toda a “massa verde” da cidade. Para nós,
deve-se considerar as áreas verdes particulares (quintais e jardins),
que muitas vezes são visivelmente maiores que as públicas. Assim, quando
falamos em áreas verdes, estamos englobando também as áreas onde houve
processo de arborização público ou particular, sem exceção.
Atualmente,
as áreas verdes ou espaços verdes são essenciais a qualquer
planejamento urbano, tanto que na carta de Atenas há recomendação para
sua criação em bairros residenciais, bem como essas áreas devem ser
definidas claramente que são para recreação, escolas, parques infantis,
para jogos de adolescentes e outros, sempre para uso comunitário.
Além
das destinações citadas, as áreas verdes têm outras funções importantes
tais como: higiênica, paisagística, estética, plástica, de valorização
da qualidade de vida local, de valorização econômica das propriedades ao
entorno etc. Em termos de Direito Urbanístico o art. 22 da Lei 6766/79-
Lei do Parcelamento do Solo- impõe para o registro de parcelamento a
constituição e integração ao domínio público das vias de comunicação,
praças e os espaços livres. Nestes últimos estão incluídas as áreas
verdes. Pelo art. 23 da citada lei, os espaços livres- entre eles as
áreas verdes, como dito- passam a integrar o domínio público do
município e em muitos deles as leis de parcelamento do solo determinam
que nos projetos de loteamento sejam destinadas percentuais do imóvel a
áreas verdes.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
A
arborização é essencial a qualquer planejamento urbano e tem funções
importantíssimas como: propiciar sombra, purificar o ar, atrair aves,
diminuir a poluição sonora, constituir fator estético e paisagístico,
diminuir o impacto das chuvas, contribuir para o balanço hídrico,
valorizar a qualidade de vida local, assim como economicamente as
propriedades ao entorno.
Além
disso é fator educacional. Funções estas também presentes nos parques e
praças. Ademais, por se constituírem em muitos casos em redutos de
espécies da fauna e flora local, até com espécies ameaçadas de extinção,
as árvores e áreas verdes urbanas tornam-se espaços territoriais
importantíssimos em termos preservacionistas, o que aumenta ainda mais
sua importância para a coletividade, agregando-se aí também o fator
ecológico.
Estas
funções e características reforçam seu caráter de bem difuso, ou seja
de todos, afinal o meio ambiente sadio é um direito de todo cidadão
(art.225, Constituição Federal).
Aliás,
por se tratar de uma atividade de ordem pública imprescindível ao bem
estar da população, nos termos dos arts.30,VIII, 183 e 183 da
Constituição Federal e do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), cabe ao
Poder Público municipal em sua política de desenvolvimento urbano, entre
outras atribuições, criar, preservar e proteger as áreas verdes da
cidade, mediante leis específica, bem como regulamentar o sistema de
arborização. Disciplinar a poda das árvores e criar viveiros municipais
de mudas, estão entre as providências específicas neste sentido, sem
contar na importância de normas sobre o tema no plano diretor, por
exemplo.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
Por
sua vez, quem destrói ou danifica, lesa ou maltrata, por qualquer modo
ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em
propriedades privadas alheias, comete crime ambiental penalizado nos
termos do art.49, da Lei 9.605/98.
Portanto,
pela condição jurídica de bem comum do povo as áreas verdes naturais ou
arborizadas podem e devem ser protegidas legalmente pela coletividade
através das associações de bairro por meio da ação civil pública (Lei
7347/85), ou pelo Ministério Público, ou ainda pelo cidadão através da
ação popular (Lei 4717/65).
Afinal,
por sua importância sócio-ambiental representam valores inestimáveis
aos cidadãos, bem como às empresas que nada mais são do que a extensão
de nossas atividades e conseqüentemente de nossos anseios e bem estar.
ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)
——
Obs.
contéudo do artigo publicado em A Tribuna de Santos/ SP. 16.11.01;
Gazeta Mercantil (Legal & Juris.)- 28.11.01; Revista Jurídica-
Bahia- novembro/ 2001; Revista Meio Ambiente Industrial- SP- nov./dez.
2001; Correio Braziliense- Direito & Justiça- 04.03.02 etc.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Tudo o que você precisa saber sobre Gestão da Arborização Urbana
No texto sobre o que é arborização urbana notamos o quão essencial esta prática é na melhoria da nossa qualidade de vida nos centros urbanos. Isto, claro, através de um planejamento criterioso e uma gestão eficiente.
Neste artigo destacamos alguns pontos importantes que vem sendo utilizados com sucesso pelos profissionais da área para a adequada gestão da arborização urbana.
Confira:Planejamento:
O planejamento é muito importante para realizar uma boa gestão da arborização urbana e, atualmente, faz-se essencial a representação espacial dos dados das árvores juntamente com o maior número possível de informações sobre as áreas de interesse.
Uma alternativa que vem com o objetivo de melhorar o gerenciamento destas unidades é a utilização de técnicas de geoprocessamento através de programas de computador. São programas que, além da capacidade de gerirem mapas, contêm inúmeras ferramentas onde se é possível pensar e planejar virtualmente as ações a serem tomadas no mundo real.
Escolha das espécies (aspecto visual):
Não há uma espécie ideal de árvore, o importante é manter uma maior variedade possível delas a fim de atrair uma diversidade maior de animais, proporcionando assim um reequilíbrio na cadeia alimentar do ambiente urbano. Um maior número de espécies de árvores embeleza a cidade pela variedade de formas e cores. No entanto, esta diversificação não implica no plantio aleatório. É recomendado manter uma uniformidade dentro das quadras ou mesmo dentro das ruas e avenidas utilizando-se no máximo duas espécies.
Considerando o aspecto visual, se faz importante privilegiar espécies:
– Com copas expressivas, que proporcionarão conforto ambiental às áreas.
– Que possuam floração e frutificação, já que favorecem a paisagem e a presença da fauna.
– Que produzam aromas agradáveis (folhas, madeiras, flores).
– Nativas regionais da flora brasileira.
– Resistentes ao ataque de pragas e doenças, tendo em vista a inadequação do uso de agrotóxicos no meio urbano.
Escolha das espécies (aspecto estrutural):
Durante a escolha das espécies de árvores, suas características (copa, raiz, porte, taxa de crescimento, etc.) devem ser muito bem avaliadas, de modo que a árvore possa conviver de forma harmoniosa com os serviços públicos que ocorrem no espaço urbano: redes de distribuição de energia elétrica, iluminação pública, telecomunicações, placas sinalizadoras, redes de água e esgoto, entre outros. No caso das redes elétricas, essa convivência é ainda mais importante, principalmente para evitar acidentes com pessoas e a ocorrência de interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Escolha das mudas:
A produção da muda é um dos fatores mais importantes para o sucesso da arborização urbana. Além de melhor preparada para as adversidades encontradas no ambiente urbano, o emprego de mudas de boa qualidade reduz a necessidade de operações de manejo posteriores, uma vez que reduz a possibilidade de ocorrência de problemas.
Podas:
Existem 4 tipos de podas na arborização urbana, de acordo com o estado da árvore:
– Poda de formação: é empregada para substituir os mecanismos naturais que inibem as brotações laterais e para conferir à árvore crescimento ereto e à copa altura que permita o livre trânsito de pedestres de veículos.
– Poda de limpeza: é empregada para evitar que a queda de ramos mortos coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público e particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no meio urbano e evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o desenvolvimento sadio das árvores.
– Poda de emergência: é empregada para remover partes da árvore que colocam em risco a integridade física das pessoas ou do patrimônio público ou particular, sendo a poda mais traumática para a árvore e para a vida urbana.
– Poda de adequação: é empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e principalmente por alterações do uso do solo, do subsolo e do espaço aéreo.
A responsabilidade quanto à gestão de poda de árvores incide sobre as Prefeituras Municipais. Porém, se for necessária a realização de manobras perto da rede elétrica, estas devem ser feitas em dias de pouco movimento e envolver obrigatoriamente a concessionária de energia e órgãos responsáveis pelo trânsito.
Substituição ou Supressão:
A substituição de uma árvore é um processo cuidadoso, que faz parte do manejo de arborização e que busca favorecer a região com uma planta mais adaptada ao local. Já a supressão é um procedimento adotado em último caso e somente quando, após a vistoria técnica do arborista, é constatada a impossibilidade de se cultivar uma outra árvore no mesmo local, devido a alguma restrição física ou ambiental. Veja exemplos:
– Localização imprópria para convivência com os demais equipamentos urbanos, impossibilitando o desenvolvimento natural.
– Condições vegetativas comprometidas, como: estado de saúde geral, condições de raiz, tronco e copa.
– Ataques de pragas e doenças, provocando sua debilidade.
– Vandalismo causado por terceiros, por exemplo, pela colisão de veículos.
Resíduo das Podas:
Sempre após as podas é necessário que os resíduos gerados sejam retirados para que não atrapalhem o livre acesso de pedestres e veículos automotores, e ainda, para que não obstruam o acesso da água pluvial aos bueiros. Esses resíduos, subprodutos da arborização de ruas, não devem ser desconsiderados, dado ao considerável volume gerado e aos seus diversos aproveitamentos. Trata-se de um material que pode ser usado como adubo, por meio de compostagem (processo de transformação de matéria orgânica em adubo orgânico) ou na produção de energia com sua queima.
Percebemos que durante todas as etapas da Gestão da Arborização Urbana (plantio, poda, supressão, etc.) são necessárias várias intervenções humanas. Porém, para que estas ações sejam mesmo eficazes, faz-se necessário um planejamento e acompanhamento minucioso. Assim, para auxiliar os profissionais durante todos estes processos, ressaltamos a importância da utilização de um sistema georreferenciado, como já citado no início deste artigo.
Este tipo de sistema é capaz de auxiliar na identificação e coordenação das necessidades de manejo das árvores, trazendo, consequentemente, maior agilidade na atualização dos dados e maior eficiência destas tarefas. Além também de fornecer informações quantitativas e qualitativas, tais como:
– Localização precisa das espécies que compõem a arborização urbana e as características sobre seu entorno.
– Interação entre as árvores e os equipamentos urbanos como fiações elétricas, postes de iluminação, muros, passeios etc.
– Quantidade de árvores que apresentam lesão ou problemas fitossanitários.
– Incidência de podas drásticas, substituição ou supressão.
– Possibilidade de realizar pesquisas por espécie, status ou por uma área geográfica, seja ela um bairro, uma rua ou um polígono desenhado no mapa.
Todas estas informações, aliadas à geotecnologia ajudam consideravelmente na otimização de todas as atividades envolvidas na Gestão da Arborização Urbana.
Fontes: Site da Prefeitura de Uberaba | Site da Prefeitura de São Paulo | www.copel.com | www.cemig.com.br | www.uesb.br
Redação: Viviane Coelho – Analista de Requisitos Digicade
Revisão: Camilla Greco – Analista de Marketing Digicade
sábado, 2 de setembro de 2017
IX Fórum Gaúcho de Arborização Urbana – Confiram a Programação
avaliação de vegetal com o IPT/ Porto alegre 2014 |
IX Fórum Gaúcho de Arborização César Luiz Rodrigues
14 e 15 de setembro de 2017 – Charqueadas, RS
14 e 15 de setembro de 2017 – Charqueadas, RS
Público-alvo: Acadêmicos, servidores de prefeituras, órgãos estaduais e
federais, concessionárias de energia elétrica e outros serviços urbanos,
instituições de ensino, empresas particulares e interessados em geral,
cujas atribuições estejam relacionadas ao manejo da arborização urbana.
Local: Salão de Eventos do Centro Administrativo Manuel de Souza João, situado na Avenida Cruz de Malta, 1610
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (14 de setembro)
– 8h: Credenciamento e Inscrições
– 8h30: Abertura Oficial
– 9h: PALESTRA – Panorama Ambiental e Urbanístico do município de Charqueadas/RS – Eng. Ambiental Cássio Silva de Souza e Prof.ª Lisiane da Silva Lopes.
– 9h30: Conselho da Cidade de Charqueadas – Conselheiro representante.
– 10h: Coffee break
– 10h15: PALESTRA – Árvores, Estruturas e Eventos Extremos – Eng. PhD Carlos André Bulhões Mendes, Diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH/UFRGS
– 11h30: PALESTRA – Relato do Histórico da Arborização no Brasil nos últimos 40 anos – Bióloga Maria do Carmo Sanchotene
– 12h as 12h30: DEBATES
– 12h30 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: MESA REDONDA – Debatendo o presente e o futuro da arborização – Com Representantes do CRBio-03 E CREA-RS
– 14h30: DEBATES
– 14h45: Coffee break
– 15h: PALESTRA – A importância da valorização da arborização como política pública do verde urbano – Eng. Agr. Anderson Leite Fontes Junior – Prefeitura de João Pessoa/PB;
– 16h30: DEBATES
– 17h: Reunião com Produtores/Viveiristas – Construção do perfil de muda padrão – elaboração da CARTA DE CHARQUEADAS:
Eng. Agrônomo Ricardo Senger – Viveiro Senger
Biólogo Eduardo Olabarriaga – Viveiro de Porto Alegre – SMAMS
– 18h: Encerramento do 1º dia.
– 20h: Momento de Convivência
– 8h: Credenciamento e Inscrições
– 8h30: Abertura Oficial
– 9h: PALESTRA – Panorama Ambiental e Urbanístico do município de Charqueadas/RS – Eng. Ambiental Cássio Silva de Souza e Prof.ª Lisiane da Silva Lopes.
– 9h30: Conselho da Cidade de Charqueadas – Conselheiro representante.
– 10h: Coffee break
– 10h15: PALESTRA – Árvores, Estruturas e Eventos Extremos – Eng. PhD Carlos André Bulhões Mendes, Diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH/UFRGS
– 11h30: PALESTRA – Relato do Histórico da Arborização no Brasil nos últimos 40 anos – Bióloga Maria do Carmo Sanchotene
– 12h as 12h30: DEBATES
– 12h30 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: MESA REDONDA – Debatendo o presente e o futuro da arborização – Com Representantes do CRBio-03 E CREA-RS
– 14h30: DEBATES
– 14h45: Coffee break
– 15h: PALESTRA – A importância da valorização da arborização como política pública do verde urbano – Eng. Agr. Anderson Leite Fontes Junior – Prefeitura de João Pessoa/PB;
– 16h30: DEBATES
– 17h: Reunião com Produtores/Viveiristas – Construção do perfil de muda padrão – elaboração da CARTA DE CHARQUEADAS:
Eng. Agrônomo Ricardo Senger – Viveiro Senger
Biólogo Eduardo Olabarriaga – Viveiro de Porto Alegre – SMAMS
– 18h: Encerramento do 1º dia.
– 20h: Momento de Convivência
Sexta-feira (15 de setembro)
AULÃO
– 8h30: Desmitificando a Vistoria Técnica – Biólogo Flavio Barcelos de Oliveira
– 9h15: DEBATES
– 9h45: Coffee break
– 10h: Técnicas de Manejo Vegetal de acordo com a Norma Técnica ABNT NBR 16.246-1 – Biólogo João Augusto Bagatini
– 11h30: DEBATES
– 12h: Ato de Encerramento
– 12h10 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: Visita Técnica ao Bairro Aços Finos Piratini e à Reserva Particular do Patrimônio Nacional – RPPN Porto Capela
*Vagas limitadas: 40 lugares (inscrições no evento)
– 16h30: Término das Atividades
AULÃO
– 8h30: Desmitificando a Vistoria Técnica – Biólogo Flavio Barcelos de Oliveira
– 9h15: DEBATES
– 9h45: Coffee break
– 10h: Técnicas de Manejo Vegetal de acordo com a Norma Técnica ABNT NBR 16.246-1 – Biólogo João Augusto Bagatini
– 11h30: DEBATES
– 12h: Ato de Encerramento
– 12h10 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: Visita Técnica ao Bairro Aços Finos Piratini e à Reserva Particular do Patrimônio Nacional – RPPN Porto Capela
*Vagas limitadas: 40 lugares (inscrições no evento)
– 16h30: Término das Atividades
INVESTIMENTO
a) Valor antecipado, pago até dia 11/09: R$ 25,00
b) Associado SBAU, pago até dia 11/09: R$ 20,00
c) Valor no dia do evento: R$ 50,00, condicionada à existência de vagas.
a) Valor antecipado, pago até dia 11/09: R$ 25,00
b) Associado SBAU, pago até dia 11/09: R$ 20,00
c) Valor no dia do evento: R$ 50,00, condicionada à existência de vagas.
INSCRIÇÕES ANTECIPADAS (VAGAS LIMITADAS):
a) Informe no e-mail: forumgaucho.contato@gmail.com seu nome completo, CPF, RG, e-mail, telefone e cidade, e anexe o comprovante de depósito identificado na Caixa Econômica Federal, Agência 1548, Operação 003, C/C 2497-7, em nome da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.
b) Sua vaga é garantida mediante o depósito identificado do valor da taxa de inscrição correspondente: Informações podem ser obtidas pelo e-mail acima informado ou pelo, pelos telefones 051-3958- 8400 e 051-3958- 8484, com Fernanda ou Suelen.
a) Informe no e-mail: forumgaucho.contato@gmail.com seu nome completo, CPF, RG, e-mail, telefone e cidade, e anexe o comprovante de depósito identificado na Caixa Econômica Federal, Agência 1548, Operação 003, C/C 2497-7, em nome da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.
b) Sua vaga é garantida mediante o depósito identificado do valor da taxa de inscrição correspondente: Informações podem ser obtidas pelo e-mail acima informado ou pelo, pelos telefones 051-3958- 8400 e 051-3958- 8484, com Fernanda ou Suelen.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Sucateamento da SMAM agravou danos causados pela tempestade em Porto Alegre, dizem técnicos
jornal sul21
Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM) dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. A afirmação é de técnicos do quadro da SMAM, que divulgaram um manifesto alertando para o sucateamento da pasta e o reflexo que isso teve nos prejuízos causados pela tempestade que atingiu a capital gaúcha no dia 29 de janeiro. Segundo técnicos da secretaria, os nove veículos para trabalhos em altura na arborização estão parados e cerca de 10 mil árvores já avaliadas por técnicos e programadas para remoção ou poda estão na fila aguardando execução. Os técnicos avaliam ainda que centenas de árvores não teriam caído na cidade, caso tivessem sido podadas ou removidas conforme previsão feita anteriormente por laudos técnicos.
O manifesto denuncia também a falta de reposição de funcionários para a área operacional, o que estaria prejudicando a execução de trabalhos preventivos no manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área, assinalam os técnicos, ocorreu em 1993. Situações emergenciais como a experimentada no dia 29 de janeiro se repetirão a cada novo evento climático extremo, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense, diz ainda o documento. Segue a íntegra do manifesto:
Manifesto dos técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre:
“Os Técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM, ligados ao Núcleo da Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – Astec, e ao Núcleo associado ao Senge – Sindicato dos Engenheiros do RS, vêm a público manifestar o que segue:
Em função das catástrofes causadas pelo temporal no dia 29 de janeiro último e diante da falta de ações preventivas por parte da prefeitura nos últimos anos, os núcleos Astec/Smam e Senge/Smam novamente vêm a público denunciar o total sucateamento a que está exposta a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
– A falta de reposição de funcionários para a área operacional vem, progressivamente, prejudicando o desenvolvimento de trabalhos preventivos e planejados no que tange ao manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área operacional ocorreu em 1993 e as tentativas de soluções através de terceirização desses serviços apresentadas pela Administração Municipal têm se mostrado subdimensionadas, ineficientes e incapazes de responder à altura as demandas atuais. Da mesma forma, o estado de precariedade atual e a sistemática falta de manutenção dos veículos, equipamentos e infraestrutura disponíveis para o trabalho das equipes próprias de servidores reforçam o quadro geral de sucateamento em que se encontra a Secretaria atualmente.
– Nessas circunstâncias, a SMAM vem enfrentando sérias dificuldades quanto ao atendimento das demandas de manejo da arborização, sejam aquelas identificadas pelos técnicos que atuam nas diferentes regiões de serviço da cidade, sejam aquelas apresentadas pela população através dos canais de atendimento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Tais dificuldades de atendimento vão desde situações mais simples, envolvendo pequenos conflitos da arborização com a infraestrutura urbana até aquelas mais complexas que, frequentemente, envolvem risco à população.
– Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a SMAM dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. Os fatos observados nos últimos dias também evidenciam o quanto o processo de sucateamento do órgão ambiental do Município de Porto Alegre pode se refletir negativamente na capacidade de resposta da cidade frente a situações de eventos climáticos adversos, os quais, sabidamente, deverão se intensificar com o avanço do fenômeno do aquecimento global.
Enquanto os serviços ambientais prestados pelo Município à população continuarem a ser relegados a planos inferiores de prioridade pela Administração Municipal, os títulos pretendidos de Cidade melhor arborizada e Cidade Resiliente ficam gravemente comprometidos. Situações emergenciais como a experimentada na última sexta-feira se repetirão a cada novo evento climático, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense”.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Arborização Urbana e seus cuidados!! Evite queda de árvores.
Fonte:http://www.ipef.br/silvicultura/arborizacaourbana.asp
Arborização Urbana
Texto produzido pela Acadêmica Giovana Beatriz Theodoro Marto
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo,
Prof. Demóstenes Ferreira da Silva Filho e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 20/01/2006
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo,
Prof. Demóstenes Ferreira da Silva Filho e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 20/01/2006
As condições de artificialidade dos centros urbanos em relação às áreas
naturais têm causado vários prejuízos à qualidade de vida dos
habitantes. Sabe-se, porém que parte desses prejuízos pode ser evitado
pela legislação e controle das atividades urbanas e parte amenizada pelo
planejamento urbano, ampliando-se qualitativamente e quantitativamente
as áreas verdes e arborização de ruas. (MILANO, 1987)
A
arborização urbana e os outros elementos existentes na maioria dos
centros urbanos (postes de iluminação pública, fiações, telefones
públicos, placas de sinalização entre outros), convivem em desarmonia
devido à ausência de planejamento tanto da arborização, quanto dos
outros componentes desse espaço. Nenhum ambiente é mais alterado que o
meio urbano, devido aos atuais modelos de edificações e loteamento do
solo que restringem os espaços determinados às áreas verdes. Essas
restrições limitam a utilização de árvores na Floresta Urbana, em
relação ao seu porte e à quantidade de espécies (YAMAMOTO et all.,
2004), por isso a importância de um ramo da Silvicultura que se chama
Silvicultura Urbana. O objetivo da Silvicultura Urbana é o cultivo e o
manejo de árvores para a contribuição atual e potencial ao bem estar
fisiológico, social e econômico da sociedade urbana (COUTO, 1994).
Dentre os aspectos estudados encontra-se a escolha da espécie ideal,
partindo do conhecimento das características da própria espécie e do
local, técnicas de plantio, manutenção e de podas.
Escolha da Espécie
Características da espécie
É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma
arborização urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e
valorizar a flora brasileira, favorece a sobrevivência de animais que
constituem importantes elementos do equilíbrio ecológico. (TOLEDO FILHO
& PARENTE, 19)
As árvores em ambiente urbano estarão submetidas a condições distantes
das que são oferecidas em ambiente natural, portanto é necessário
utilizar espécies que ocorram naturalmente na região em que a árvore
será plantada para que seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento
não sejam comprometidos.
Como
a escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto
mais importante a ser considerado, há uma série de características que
devem ser avaliadas antes dela ser selecionada, como a tolerância a
poluentes e a baixas condições de aeração do solo, presença de odores,
tempo de crescimento e de longevidade, tamanho e cor das flores e
frutos, época e duração do florescimento e frutificação, entre outros.
Ao se plantar árvores nas vias públicas ou parques e jardins deve-se
evitar aquelas que produzam qualquer tipo de substância tóxica para o
homem ou qualquer outro animal (ex: espatódeas e euforbiáceas). A
utilização de espécies com presença de espinhos no tronco também deve
ser evitada. Aconselha-se usar árvores que não possuam frutos grandes
que possam amassar carros ou mesmo ferir pessoas (ex: mangueiras e
sapucaias) e com maior resistência nos galhos e ramos.
Espécies resistentes a pragas e doenças são preferíveis, pois são mais
adaptáveis ao ambiente urbano e não requerem a utilização de substâncias
tóxicas como fungicidas e inseticidas que também podem inferir na saúde
dos indivíduos.
A dimensão da copa não deve extrapolar o limite físico do local, pois as
árvores não podem obstruir a passagem de pedestres. A altura da muda a
ser plantada não deve ser inferior a 2 m para não interromper a
circulação de pedestres e veículos.
Um fator a ser considerado é, também, o uso de espécies que reúnem
características morfológicas adaptadas para combater a poluição nos
grandes centros. As folhas destas árvores podem absorver gases poluentes
e prender partículas sobre sua superfície, especialmente se estas forem
pilosas, cerosas ou espinhosas.
Durante a escolha um fator levantado constantemente pelos moradores é
quanto às árvores que sujam muito a calçada ou entopem calhas e
condutor. Isso nos parece impossível de ser resolvido por seleção de
espécie. Qualquer espécie arbórea tem uma grande perda de folhas, seja
ela sempre verde ou caducifólia (que perde todas as folhas em
determinado período), e folhas pequenas ou grandes causaram os mesmos
problemas de “sujeira” ou entupimentos. A solução está na localização
adequada das árvores e das casas. Se as árvores são plantadas
suficientemente distantes de telhados de residências e de bueiros o
efeito de entupimento será reduzido. Por outro lado, se as calçadas e
pátios tivessem menos área de cimento e mais área com grama, a “sujeira”
das árvores quase não existiria.
Características do local
Em
relação ao local deve-se primeiramente considerar o tipo de rua a ser
arborizada, pois vias comerciais, residenciais, entre outras, terão um
tratamento estético distinto. Em seguida avaliar o espaço disponível,
para selecionar o porte ideal da espécie a ser utilizada. Antes da
escolha é necessário verificar a presença ou ausência de fiação aérea,
iluminação pública, a localização da rede de drenagem pluvial e da rede
de esgoto e de outros serviços urbanos, bem como a largura da calçada e
afastamento mínimo nas edificações. Uma forma de obter estas informações
é por meio do cadastramento e controle das ruas e praças que permitem
uma correta implantação. (BATISTA, 1988)
Dependendo desse espaço, a escolha ficará vinculada ao conhecimento do
porte da espécie a ser utilizada. As árvores usadas na arborização de
ruas e avenidas foram classificadas em pequeno, médio e grande porte.
Comumente são indicadas árvores de pequeno porte (que atingem entre 4 e 5
metros de altura e raio da copa entre 2 e 3 metros). Porém, árvores de
pequeno porte atrapalham a circulação de veículos e pedestres, pois a
copa baixa restringe o espaço lateral nas vias públicas. Portanto
deve-se priorizar o uso de espécies de médio (que atingem cerca de 10
metros de altura quando adultas e raio de entre 4 e 5 metros) e grande
porte (aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 10 metros de altura
e o raio de copa é superior a 5 metros).
Em canteiros centrais, presentes em avenidas, pode-se utilizar árvores
de médio a grande porte, caso este possua grandes dimensões (mais de 4
metros de largura), ou então espécies colunares, como as palmeiras. Elas
apresentam forma adequada para este fim, além de servirem como
referência aos condutores de automóveis. Porém não são apropriadas para
uso em calçadas, seja pelo porte, na maioria das vezes grande como
também pela dificuldade de manejo. Sempre que possível, deve-se utilizar
espécies nativas, mas se estas não estiverem disponíveis, pode-se
utilizar espécies exóticas adaptadas.
É particularmente importante considerar a altura dos veículos que
transitarão pela rua uma vez que é comum as árvores de pequeno porte
serem danificadas por grandes caminhões.
Se o objetivo é arborizar locais de estacionamento de veículos, deve-se
utilizar espécies que proporcionem sombra, mas que não tenham frutos
grandes, que possam causar danos aos veículos, folhas caducas de grande
tamanho e outras características que dificultem o trânsito dos veículos.
Em locais de clima frio, deve-se levar em consideração a deciduidade (a
perda ou não das folhas) das plantas, pois espécies caducifólias levam a
um maior aproveitamento da radiação solar.
As árvores não devem ser plantadas em cima de encanamentos de água e
esgoto evitando assim um possível entupimento destas redes pelas raízes.
Para não prejudicar a sinalização e a iluminação devem ficar a uma
distância de no mínimo 5 metros das placas e postes.
Plantio
A posição ideal de plantio é aquela em que permite que a árvore
proporcione a incidência de raios solares no inverno e sombra no verão.
O
primeiro procedimento de plantio é o coveamento. No local onde irá ser
feita a cova deve haver em volta uma área permeável para infiltração de
água e aeração do solo. A área deve ser de 2 m2 para árvores pequeno
porte e de 3 m2 para árvores de grande porte, atentando-se a fato de
restar no mínimo 0,90 m para passagem de pedestres. O entulho decorrente
da quebra da calçada deve ser recolhido.
A cova deve possuir dimensões mínimas de 0,6x0,6x0,6 m e permitir que a
muda fique numa posição central dentro da mesma. Quanto mais deficiente o
solo em suas características físicas e químicas, maior deverá ser a
cova.
Um erro constante observado é o dimensionamento da cova em função do
material empregado para revestir calçadas. Peças cerâmicas ou pétreas de
0,20 x 0,20 m ou 0,30 x 0,30 m condicionam covas de iguais dimensões.
Isto permite a colocação de pisos sem recortes, mas dificulta,
sobremaneira, o desenvolvimento da planta. (SANTOS & TEIXEIRA, 2001)
O solo proveniente da abertura da cova apresenta-se, na maioria das
vezes, alterado devido a remoção das camadas mais férteis ou
soterramento das mesmas. Portanto, ao proceder o preenchimento da cova, o
solo deve ser substituído por outro com melhores condições químicas e
físicas, estando livre de entulho, lixo e pedras. O solo de
preenchimento deve ser formado por uma parte de solo de textura
argilosa, uma parte de solo de textura arenosa e uma parte de composto
orgânico mineralizado.
Quanto a adubação, para uma cova com as dimensões de 60 x 60 x 60 cm,
esta deve ser feita utilizando 300 g de Super Simples 5-15-10, 110 g de
calcário dolomítico e 180 g de FTE (fritas). Os fertilizantes devem ser
misturados de forma homogênea no solo de preenchimento.
As mudas a serem plantadas devem estar sadias. Deve-se retirar a
embalagem (saco plástico, tubete) e realizar, se necessário, uma poda
leve nas raízes. O solo de preenchimento deve ser colocado de modo que a
muda, na região central da cova, tenha seu colo em torno de 5 cm abaixo
do nível da calçada, porém permanecendo no mesmo nível da superfície do
solo. O solo em volta da muda deve ser pisoteado moderadamente para
firmá-lo, sem que haja compactação do mesmo.
Caso seja necessário, como em locais de muito vento por exemplo, deve-se
colocar temporariamente um tutor (haste de madeira, bambu, metal ou
plástico) que deve ser enterrado de 0,50 no solo e ultrapasse a altura
da muda em no mínimo 0,30 m. A muda é amarrada ao tutor com uma fita de
borracha, para evitar qualquer restrição ao seu crescimento.
O local da muda deve ser imediatamente irrigado com água limpa logo após
o plantio em quantidade suficiente para encharcar o solo.
Manutenção
Para que as mudas não morram ou tenham seu desenvolvimento comprometido
por estresse hídrico, é necessário regá-las três vezes por semana com
cerca de cinco litros de água ou uma vez por semana em estação chuvosa.
Elas também deverão receber pelo menos duas adubações por ano.
Não se deve colocar em nenhuma parte da árvore enfeites, luzes, cordas,
lixeiras, pregos arames, entre outros que possam causar danos à saúde e
ao crescimento da árvore.
Sempre que houver algum problema de ataque de pragas ou doenças procurar
orientação de técnicos habilitados, que indicarão qual é o melhor
procedimento a ser realizado. A prática de caiar ou pintar os troncos
das árvores não impede o ataque de formigas. Esses produtos liberam
componentes químicos que além de prejudica-las, são tóxicos para liquens
que vivem em associação comas árvores.
Poda
Ao selecionar a espécie de porte ideal para o local, evitam-se podas
desnecessárias para adaptar árvores que ultrapassam o limite físico
local. Assim, é preciso conhecer previamente uma árvore saudável para
definir com maior precisão a necessidade e o momento da intervenção
(poda), bem como as partes a serem eliminadas. Desta forma pode-se
prolongar o “Tempo de Residência” de espécies arbóreas nos vários nichos
urbanos onde estão inseridas, considerando-se todos os fatores
ambientais imediatos que regem o seu desenvolvimento (poluição, ação
predatória, choques mecânicos, aeração do solo, etc).
Existem
diferentes tipos de poda cada qual com seu objetivo. A poda, na
arborização urbana, visa basicamente conferir à árvore uma forma
adequada durante o seu desenvolvimento (poda de formação); eliminar ramos mortos, danificados, doentes ou praguejados (poda de limpeza); remover partes da árvore que colocam em risco a segurança das pessoas (poda de emergência); e remover partes da árvore que interferem ou causam danos incontornáveis às edificações ou aos equipamentos urbanos (poda de adequação).
A poda de formação é empregada para substituir os mecanismos
naturais que inibem as brotações laterais e para conferir à árvore
crescimento ereto e à copa altura que permita o livre trânsito de
pedestres de veículos.
A poda de limpeza é empregada para evitar que a queda de ramos
mortos coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio
público e particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no
meio urbano e evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o
desenvolvimento sadio das árvores.
A poda de emergência, a mais traumática para a árvore e para a
vida urbana, é empregada para remover partes da árvore que colocam em
risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público ou
particular.
A poda de adequação é empregada para solucionar ou amenizar
conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela
escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e
principalmente por alterações do uso do solo, do subsolo e do espaço
aéreo.
As podas drásticas,
que removem totalmente a copa, ou ramos principais deverão ser
evitadas, sendo a sua utilização permitida apenas em situações
emergenciais ou quando precedida de parecer técnico de funcionário
municipal autorizado.
É autorizado o corte de uma árvore apenas quando esta estiver seca,
muito doente (comprometendo a saúde de outras árvores) ou oferecer
problemas de segurança local (como ameaçar a cair). Também é permitido
caso esta esteja bloqueando a visão da sinalização de trânsito ou houver
excesso de árvores em um determinado local, tornando-o insalubre por
ter pouca incidência de sol.
O corte de árvores em frente a garagens é regulamentado através de lei
municipal. Algumas cidades não admitem que se localize entrada de
veículos onde existe uma árvore plantada anteriormente. Outras, no
entanto, não exigem uma vistoria prévia ou a locação na planta da nova
construção para a aprovação da mesma. Quando a obra está pronta,
autoriza-se, com esta justificativa, o corte da árvore. O ideal é que as
situações sejam examinadas e estudadas alternativas para que não haja o
corte da árvore.
O correto é realizar a condução da árvore desde jovem, quando tem maior
capacidade de cicatrização e regeneração para que esta tenha um
crescimento adequado ao local de plantio.
Ao se executar uma poda ou corte de uma árvore, há alguns fatores a
serem levados em consideração, como a necessidade de isolamento da área
caso seja uma via pública onde circulam pessoas e veículos. Havendo
fiação elétrica na rua deve-se desligar a energia durante a realização
da poda para evitar choques e acidentes. Também é necessário verificar a
presença de ninhos de vespas e marimbondos.
Somente equipes autorizadas pela Prefeitura Municipal ou pelo Conselho
Municipal do Meio Ambiente podem efetuar podas e corte de árvores. Estas
equipes devem ser treinadas e usar os equipamentos de segurança e
proteção individual (EPI's). Os equipamentos e ferramentas deverão estar
em boas condições de uso.
O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na
arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas
para a execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a
não danificar a árvore. Entretanto, a poda sempre será uma agressão à
árvore. Sempre deverá ser feita de modo a facilitar a cicatrização do
corte. Caso contrário, a exposição do lenho permitirá a entrada de
fungos e bactérias, responsáveis pelo apodrecimento de galhos e tronco, e
pelo aparecimento das conhecidas cavidades (ocos).
Legislação
Toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de
autorização prévia do Poder Executivo Municipal. Extraordinariamente,
nas ocasiões de emergência em que haja risco iminente para a população
ou ao patrimônio tanto público como privado, será permitida a
providência aos Soldados do Corpo de Bombeiro.
Pela legislação vigente, é considerado exemplar arbóreo o espécime ou
espécimes vegetais lenhosos, com Diâmetro do Caule à Altura do Peito
(DAP) superior a 0,05 (cinco) centímetros. DAP é o diâmetro do caule da
árvore à altura média de 1,30 m (um metro e trinta centímetros) do solo.
A poda poderá ser autorizada nas seguintes circunstâncias:
• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da obra;
• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;
• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;
• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos permanentes ao patrimônio público ou privado;
• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao acesso de veículos.
• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da obra;
• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;
• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;
• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos permanentes ao patrimônio público ou privado;
• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao acesso de veículos.
O Executivo Municipal está obrigado a comunicar a autorização da poda
através do Diário Oficial do Município, com antecedência mínima de 10
dias.
Algumas árvores indicadas pra utilização em áreas urbanas
Nome popular | Nome científico |
Acácia-mimosa | Acacia podalytifolia |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata Mart. |
Aroeira-periquita | Schinus molle L. |
Aroeira-vermelha | Schinus terebinthifolius Raddi |
Butiazeiro | Butia eriospatha (Mart.) Becc. |
Capororocão | Rapanea parviflora (A Dc) Mez |
Chal-Chal | Allophyllus edulis |
Coração-de-negro | Poecilanthe parviflora Benth |
Corticeira-do-banhado | Erytrina crista-galli L. |
Gerivá | Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman |
Goiabira | Psidium guajava L. |
Ingá-feijão | Ingá marginata |
Ipê-amarelo-paulista | Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. |
Ipê-roxo | Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb. |
Jaboticabeira | Myrciaria trunciflora Berg |
Jaborandi | Pilocarpus pennatifolius Lem. |
Mulungú | Erythrina falcata |
Paineira | Chorisia speciosa St. Hill. |
Palmito | Euterpe edulis Mart. |
Pata-de-vaca | Bauhinia candicans Benth. |
Pinheiro | Araucária angustifolia Kuntze |
Pitangueira | Eugenia uniflora L. |
Podocarpus | Podocarpus lambertii Klotzsch |
Salseiro | Salyx humbolditiana Wild. |
Sina-sina | Parkinsonia aculeata L. |
Timbaúva | Enterolobium contortisilicum (Vell.) Morong. |
Uva-do-japão | Hovenia dulcis |
Espécies indicadas para a redução da poluição
Pequeno porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Araçá | Psidium Cattleianum |
Chal-chal | Allophyllus edulis |
Chuva-de-ouro | Cassia multijuga |
Quaresmeira | Tibouchina granulosa |
Quaresmeira | Tibouchina sellowiana |
Meio porte com folhagem semi-caduca
Nome popular | Nome científico |
Cocão | Erythroxylum argentinum |
Goiabeira-da-serra | Brittoa guazumifolia |
Guarbiroba-de-folha-miúda | Campomanesia rhombea |
Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis |
Tarumã-preta | Vitex montevidensis |
Médio porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Goiabeira | Psidium guajava |
Alecrim | Holocalix glaziovii |
Grande porte com folhagem semi-caduca
Nome popular | Nome científico |
Guabiroba | Campomanesia xanthocarpa |
Camboatá-vermelho | Cupania vernalis |
Maria-preta | Diospyrus inconstans |
Camboatá-branco | Matayba ealeagnoides |
Grande porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Guajuvira | Patagonula americana |
Aguaí | Pouteria gardneriana |
Aguaí-folha-de-salsa | Pouteria salicifolia |
Catiguá | Trichilia clauseni |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata |
Louro-preto | Chordia ecalyculata |
Louro | Chordia trychotoma |
Caroba | Jacaranda micrantha |
Espécies indicadas para estacionamento
Nome popular | Nome científico |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata |
Aleluia | Senna multijug |
Angelim-bravo | Lonchocarpus campstris |
Angico-vermelho | Parapiptadenia rigida |
Aroeira-priquita | Schinus molle |
Bartimão | Cassia leptophylla |
Camboatá-vermelho | Cupania vernalis |
Canafístula | Peltophorum dubium |
Canela-amarela | Nectranda rigida |
Canela-do-brejo | Machaerium stipitatum |
Canela-ferrugem | Nectranda rigida |
Capororoca | Rapanea umbellata |
Carne-de-vaca | Styrax leprosus |
Carvalho-brasileiro | Roupala brasiliensis |
Catiguá | Trichilia clausenii |
Cedro | Cedrella fissilis |
Corticeira-da-serra | Erytrhrina falcata |
Grápia | Apuleia leiocarpa |
Guajuvira | Pataonula americana |
Ingá-feijão | Inga marginata |
Ingá-macaco | Inga sessilis |
Ingazeiro | Lonchocarpus sericeus |
Marmeleiro-do-mato | Ruprechtia laxiflora |
Pau-brasil | Caesalpinia echinata |
Coração-de-negro | Poecilanthe parviflora |
Quaresmeira | Tibouchina granulosa |
Rabo-de-bugio | Lonchocarpus muehlbergianus |
Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides |
Timbó | Ateleia glazioveana |
Palmeiras para uso em calçadas e/ou canteiros centrais
Nome popular | Nome científico |
Butiazeiro | Butia capiata |
Buriti-palito | Trithrinax brasiliensis |
Cariota | Caryota urens |
Gerivá | Syagrus romanzoffiana |
Neodipsis | Dypsis decary |
Palmeira-cabeluda | Trachycarpus fortunei |
Palmeira-da-califórnia | Washingtonia robusta |
Palmeira-da-califórnia | Washingtonia filifera |
Palmeira-imperial | Roystonea oleracea |
Palmiteiro | Euterpe edulis |
Robeline | Phoenix roebelinii |
Sabal | Sabal palmetto |
Tamareira-das-cancanárias | Phoenix canariensis |
Tamareira | Phoenix dactylifera |
Bibliografia
BATISTA,J.L.F. Apontamentos de silvicultura urbana. Piracicaba: ESALQ/DCF, 1988. 36p.
COUTO, H.T.Z. Métodos de amostragem para avaliação de árvores de ruas.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2, 1994, São Luis. Anais... São Luis/MA: SBAU, 1994. p.169-179.
MILANO,M.S. O planejamento da arborização, as necessidades de manejo e
tratamentos culturais das árvores de ruas de Curitiba,PR. Floresta, v.17, n.1/2, p.15-21, jun./dez.1987
SANTOS,N.R.Z.;TEIXEIRA,I.F. Arborização de Vias Públicas: ambiente x Vegetação. Porto Alegre– RS: Instituto Souza Cruz, 2001 135p.
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto/SP A poda na arborização urbana Disponível em: http://www.eletropaulo.com.br/frameset_home.cfm?conteudo_id=544
Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e a Secretaria de
Coordenação das Subprefeituras (SMS) Manual Técnico de Poda Disponível
em: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/
eixo_biodiversidade/arborizacao_urbana/0002
eixo_biodiversidade/arborizacao_urbana/0002
TOLEDO,D.V.; PARENTE,P.R. Arborização urbana com essências nativas. Boletim Técnico do Instituto Florestal, v.42, p.19-31, mai.1988
YAMAMOTO, M.A.;SCHIMIDT, R.O.L;COUTO,H.T.Z. do;SILVA FILHO,D.F. da Árvores Urbanas Piracicaba 2004 Disponível em http://lmq.esalq.usp.br/~dfsilva/arvores_urbanas.pdf
ARBORIZAÇÃO URBANA: IMPORTÂNCIA E ASPECTOS JURÍDICOS
Ultimamente
temos observado que está aumentando na população a preocupação em
relação ao meio ambiente urbano e a qualidade de vida de nossas cidades.
Fala-se
muito em áreas verdes e arborização, mas o que significam e qual a
relação que há entre si? Especificamente, qual é a importância da
arborização e quais são seus aspectos jurídicos? É o que tentaremos
analisar.
Arborizar
quer dizer plantar ou guarnecer de árvores um local. Por sua vez
arborização é o efeito de arborizar. Porém, quando pronunciamos estas
palavras tem-se a impressão, a primeira vista, de que estamos nos
referindo a uma região rural, mas estes termos são muito mais utilizados
em áreas urbanas do que nas rurais.
A
arborização urbana é caracterizada principalmente pela plantação de
arvores de porte em praças, parques, nas calçadas de vias públicas e nas
alamedas e se constitui hoje em dia uma das mais relevantes atividades
da gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e programas
urbanísticos das cidades.
Todo
o complexo arbóreo de uma cidade, quer seja plantado ou natural, compõe
em termos globais a sua área verde. Todavia, costuma-se excluir a
arborização ao longo das vias públicas como integrante de sua área
verde, por se considerar acessória e ter objetivos distintos, já que as
áreas verdes são destinadas principalmente à recreação e ao lazer e
aquela tem a finalidade estética, de ornamentação e sombreamento (José
Afonso da Silva. Direito Urbanístico Brasileiro, 2. ed. São Paulo.
Malheiros, 1997, pg247-248).
Praça na cidade de NOVA PRATA RS |
Outros
ainda afirmam que falta de permeabilidade em vista das calçadas,
descaracteriza esta forma de arborização como área verde.
Realmente
se analisarmos apenas pelas suas finalidades principais, são distintas,
mas se analisarmos do ponto de vista ambiental, podemos concluir que as
árvores existentes ao logo das vias públicas não podem ser excluídas do
complexo de áreas verdes da cidade, pois apesar de estarem dispostas de
forma linear ou paralela, constituem-se muitas vezes em uma “massa
verde contínua”, propiciando praticamente os mesmos efeitos das áreas
consideradas como verdes das praças e parques.
Ademais,
normalmente estas árvores estão protegidas pela legislação municipal
contra cortes, de forma que sua localização acaba sendo perene,
fortalecendo o entendimento de que compõem efetivamente a “massa verde
urbana”.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
Aliás,
há divergências até quanto a forma de se obter o índice área
verde/habitante, pois alguns utilizam em seus cálculos somente as áreas
públicas, enquanto outros toda a “massa verde” da cidade. Para nós,
deve-se considerar as áreas verdes particulares (quintais e jardins),
que muitas vezes são visivelmente maiores que as públicas. Assim, quando
falamos em áreas verdes, estamos englobando também as áreas onde houve
processo de arborização público ou particular, sem exceção.
Atualmente,
as áreas verdes ou espaços verdes são essenciais a qualquer
planejamento urbano, tanto que na carta de Atenas há recomendação para
sua criação em bairros residenciais, bem como essas áreas devem ser
definidas claramente que são para recreação, escolas, parques infantis,
para jogos de adolescentes e outros, sempre para uso comunitário.
Além
das destinações citadas, as áreas verdes têm outras funções importantes
tais como: higiênica, paisagística, estética, plástica, de valorização
da qualidade de vida local, de valorização econômica das propriedades ao
entorno etc. Em termos de Direito Urbanístico o art. 22 da Lei 6766/79-
Lei do Parcelamento do Solo- impõe para o registro de parcelamento a
constituição e integração ao domínio público das vias de comunicação,
praças e os espaços livres. Nestes últimos estão incluídas as áreas
verdes. Pelo art. 23 da citada lei, os espaços livres- entre eles as
áreas verdes, como dito- passam a integrar o domínio público do
município e em muitos deles as leis de parcelamento do solo determinam
que nos projetos de loteamento sejam destinadas percentuais do imóvel a
áreas verdes.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
A
arborização é essencial a qualquer planejamento urbano e tem funções
importantíssimas como: propiciar sombra, purificar o ar, atrair aves,
diminuir a poluição sonora, constituir fator estético e paisagístico,
diminuir o impacto das chuvas, contribuir para o balanço hídrico,
valorizar a qualidade de vida local, assim como economicamente as
propriedades ao entorno.
Além
disso é fator educacional. Funções estas também presentes nos parques e
praças. Ademais, por se constituírem em muitos casos em redutos de
espécies da fauna e flora local, até com espécies ameaçadas de extinção,
as árvores e áreas verdes urbanas tornam-se espaços territoriais
importantíssimos em termos preservacionistas, o que aumenta ainda mais
sua importância para a coletividade, agregando-se aí também o fator
ecológico.
Estas
funções e características reforçam seu caráter de bem difuso, ou seja
de todos, afinal o meio ambiente sadio é um direito de todo cidadão
(art.225, Constituição Federal).
Aliás,
por se tratar de uma atividade de ordem pública imprescindível ao bem
estar da população, nos termos dos arts.30,VIII, 183 e 183 da
Constituição Federal e do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), cabe ao
Poder Público municipal em sua política de desenvolvimento urbano, entre
outras atribuições, criar, preservar e proteger as áreas verdes da
cidade, mediante leis específica, bem como regulamentar o sistema de
arborização. Disciplinar a poda das árvores e criar viveiros municipais
de mudas, estão entre as providências específicas neste sentido, sem
contar na importância de normas sobre o tema no plano diretor, por
exemplo.
Depredação na av. Romeu Samarani em PORTO ALEGRE |
Por
sua vez, quem destrói ou danifica, lesa ou maltrata, por qualquer modo
ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em
propriedades privadas alheias, comete crime ambiental penalizado nos
termos do art.49, da Lei 9.605/98.
Portanto,
pela condição jurídica de bem comum do povo as áreas verdes naturais ou
arborizadas podem e devem ser protegidas legalmente pela coletividade
através das associações de bairro por meio da ação civil pública (Lei
7347/85), ou pelo Ministério Público, ou ainda pelo cidadão através da
ação popular (Lei 4717/65).
Afinal,
por sua importância sócio-ambiental representam valores inestimáveis
aos cidadãos, bem como às empresas que nada mais são do que a extensão
de nossas atividades e conseqüentemente de nossos anseios e bem estar.
ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé (www.aultimaarcadenoe.com.br)
——
Obs.
contéudo do artigo publicado em A Tribuna de Santos/ SP. 16.11.01;
Gazeta Mercantil (Legal & Juris.)- 28.11.01; Revista Jurídica-
Bahia- novembro/ 2001; Revista Meio Ambiente Industrial- SP- nov./dez.
2001; Correio Braziliense- Direito & Justiça- 04.03.02 etc.
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Tudo o que você precisa saber sobre Gestão da Arborização Urbana
No texto sobre o que é arborização urbana notamos o quão essencial esta prática é na melhoria da nossa qualidade de vida nos centros urbanos. Isto, claro, através de um planejamento criterioso e uma gestão eficiente.
Neste artigo destacamos alguns pontos importantes que vem sendo utilizados com sucesso pelos profissionais da área para a adequada gestão da arborização urbana.
Confira:Planejamento:
O planejamento é muito importante para realizar uma boa gestão da arborização urbana e, atualmente, faz-se essencial a representação espacial dos dados das árvores juntamente com o maior número possível de informações sobre as áreas de interesse.
Uma alternativa que vem com o objetivo de melhorar o gerenciamento destas unidades é a utilização de técnicas de geoprocessamento através de programas de computador. São programas que, além da capacidade de gerirem mapas, contêm inúmeras ferramentas onde se é possível pensar e planejar virtualmente as ações a serem tomadas no mundo real.
Escolha das espécies (aspecto visual):
Não há uma espécie ideal de árvore, o importante é manter uma maior variedade possível delas a fim de atrair uma diversidade maior de animais, proporcionando assim um reequilíbrio na cadeia alimentar do ambiente urbano. Um maior número de espécies de árvores embeleza a cidade pela variedade de formas e cores. No entanto, esta diversificação não implica no plantio aleatório. É recomendado manter uma uniformidade dentro das quadras ou mesmo dentro das ruas e avenidas utilizando-se no máximo duas espécies.
Considerando o aspecto visual, se faz importante privilegiar espécies:
– Com copas expressivas, que proporcionarão conforto ambiental às áreas.
– Que possuam floração e frutificação, já que favorecem a paisagem e a presença da fauna.
– Que produzam aromas agradáveis (folhas, madeiras, flores).
– Nativas regionais da flora brasileira.
– Resistentes ao ataque de pragas e doenças, tendo em vista a inadequação do uso de agrotóxicos no meio urbano.
Escolha das espécies (aspecto estrutural):
Durante a escolha das espécies de árvores, suas características (copa, raiz, porte, taxa de crescimento, etc.) devem ser muito bem avaliadas, de modo que a árvore possa conviver de forma harmoniosa com os serviços públicos que ocorrem no espaço urbano: redes de distribuição de energia elétrica, iluminação pública, telecomunicações, placas sinalizadoras, redes de água e esgoto, entre outros. No caso das redes elétricas, essa convivência é ainda mais importante, principalmente para evitar acidentes com pessoas e a ocorrência de interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Escolha das mudas:
A produção da muda é um dos fatores mais importantes para o sucesso da arborização urbana. Além de melhor preparada para as adversidades encontradas no ambiente urbano, o emprego de mudas de boa qualidade reduz a necessidade de operações de manejo posteriores, uma vez que reduz a possibilidade de ocorrência de problemas.
Podas:
Existem 4 tipos de podas na arborização urbana, de acordo com o estado da árvore:
– Poda de formação: é empregada para substituir os mecanismos naturais que inibem as brotações laterais e para conferir à árvore crescimento ereto e à copa altura que permita o livre trânsito de pedestres de veículos.
– Poda de limpeza: é empregada para evitar que a queda de ramos mortos coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público e particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no meio urbano e evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o desenvolvimento sadio das árvores.
– Poda de emergência: é empregada para remover partes da árvore que colocam em risco a integridade física das pessoas ou do patrimônio público ou particular, sendo a poda mais traumática para a árvore e para a vida urbana.
– Poda de adequação: é empregada para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e principalmente por alterações do uso do solo, do subsolo e do espaço aéreo.
A responsabilidade quanto à gestão de poda de árvores incide sobre as Prefeituras Municipais. Porém, se for necessária a realização de manobras perto da rede elétrica, estas devem ser feitas em dias de pouco movimento e envolver obrigatoriamente a concessionária de energia e órgãos responsáveis pelo trânsito.
Substituição ou Supressão:
A substituição de uma árvore é um processo cuidadoso, que faz parte do manejo de arborização e que busca favorecer a região com uma planta mais adaptada ao local. Já a supressão é um procedimento adotado em último caso e somente quando, após a vistoria técnica do arborista, é constatada a impossibilidade de se cultivar uma outra árvore no mesmo local, devido a alguma restrição física ou ambiental. Veja exemplos:
– Localização imprópria para convivência com os demais equipamentos urbanos, impossibilitando o desenvolvimento natural.
– Condições vegetativas comprometidas, como: estado de saúde geral, condições de raiz, tronco e copa.
– Ataques de pragas e doenças, provocando sua debilidade.
– Vandalismo causado por terceiros, por exemplo, pela colisão de veículos.
Resíduo das Podas:
Sempre após as podas é necessário que os resíduos gerados sejam retirados para que não atrapalhem o livre acesso de pedestres e veículos automotores, e ainda, para que não obstruam o acesso da água pluvial aos bueiros. Esses resíduos, subprodutos da arborização de ruas, não devem ser desconsiderados, dado ao considerável volume gerado e aos seus diversos aproveitamentos. Trata-se de um material que pode ser usado como adubo, por meio de compostagem (processo de transformação de matéria orgânica em adubo orgânico) ou na produção de energia com sua queima.
Percebemos que durante todas as etapas da Gestão da Arborização Urbana (plantio, poda, supressão, etc.) são necessárias várias intervenções humanas. Porém, para que estas ações sejam mesmo eficazes, faz-se necessário um planejamento e acompanhamento minucioso. Assim, para auxiliar os profissionais durante todos estes processos, ressaltamos a importância da utilização de um sistema georreferenciado, como já citado no início deste artigo.
Este tipo de sistema é capaz de auxiliar na identificação e coordenação das necessidades de manejo das árvores, trazendo, consequentemente, maior agilidade na atualização dos dados e maior eficiência destas tarefas. Além também de fornecer informações quantitativas e qualitativas, tais como:
– Localização precisa das espécies que compõem a arborização urbana e as características sobre seu entorno.
– Interação entre as árvores e os equipamentos urbanos como fiações elétricas, postes de iluminação, muros, passeios etc.
– Quantidade de árvores que apresentam lesão ou problemas fitossanitários.
– Incidência de podas drásticas, substituição ou supressão.
– Possibilidade de realizar pesquisas por espécie, status ou por uma área geográfica, seja ela um bairro, uma rua ou um polígono desenhado no mapa.
Todas estas informações, aliadas à geotecnologia ajudam consideravelmente na otimização de todas as atividades envolvidas na Gestão da Arborização Urbana.
Fontes: Site da Prefeitura de Uberaba | Site da Prefeitura de São Paulo | www.copel.com | www.cemig.com.br | www.uesb.br
Redação: Viviane Coelho – Analista de Requisitos Digicade
Revisão: Camilla Greco – Analista de Marketing Digicade
sábado, 2 de setembro de 2017
IX Fórum Gaúcho de Arborização Urbana – Confiram a Programação
avaliação de vegetal com o IPT/ Porto alegre 2014 |
IX Fórum Gaúcho de Arborização César Luiz Rodrigues
14 e 15 de setembro de 2017 – Charqueadas, RS
14 e 15 de setembro de 2017 – Charqueadas, RS
Público-alvo: Acadêmicos, servidores de prefeituras, órgãos estaduais e
federais, concessionárias de energia elétrica e outros serviços urbanos,
instituições de ensino, empresas particulares e interessados em geral,
cujas atribuições estejam relacionadas ao manejo da arborização urbana.
Local: Salão de Eventos do Centro Administrativo Manuel de Souza João, situado na Avenida Cruz de Malta, 1610
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (14 de setembro)
– 8h: Credenciamento e Inscrições
– 8h30: Abertura Oficial
– 9h: PALESTRA – Panorama Ambiental e Urbanístico do município de Charqueadas/RS – Eng. Ambiental Cássio Silva de Souza e Prof.ª Lisiane da Silva Lopes.
– 9h30: Conselho da Cidade de Charqueadas – Conselheiro representante.
– 10h: Coffee break
– 10h15: PALESTRA – Árvores, Estruturas e Eventos Extremos – Eng. PhD Carlos André Bulhões Mendes, Diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH/UFRGS
– 11h30: PALESTRA – Relato do Histórico da Arborização no Brasil nos últimos 40 anos – Bióloga Maria do Carmo Sanchotene
– 12h as 12h30: DEBATES
– 12h30 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: MESA REDONDA – Debatendo o presente e o futuro da arborização – Com Representantes do CRBio-03 E CREA-RS
– 14h30: DEBATES
– 14h45: Coffee break
– 15h: PALESTRA – A importância da valorização da arborização como política pública do verde urbano – Eng. Agr. Anderson Leite Fontes Junior – Prefeitura de João Pessoa/PB;
– 16h30: DEBATES
– 17h: Reunião com Produtores/Viveiristas – Construção do perfil de muda padrão – elaboração da CARTA DE CHARQUEADAS:
Eng. Agrônomo Ricardo Senger – Viveiro Senger
Biólogo Eduardo Olabarriaga – Viveiro de Porto Alegre – SMAMS
– 18h: Encerramento do 1º dia.
– 20h: Momento de Convivência
– 8h: Credenciamento e Inscrições
– 8h30: Abertura Oficial
– 9h: PALESTRA – Panorama Ambiental e Urbanístico do município de Charqueadas/RS – Eng. Ambiental Cássio Silva de Souza e Prof.ª Lisiane da Silva Lopes.
– 9h30: Conselho da Cidade de Charqueadas – Conselheiro representante.
– 10h: Coffee break
– 10h15: PALESTRA – Árvores, Estruturas e Eventos Extremos – Eng. PhD Carlos André Bulhões Mendes, Diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH/UFRGS
– 11h30: PALESTRA – Relato do Histórico da Arborização no Brasil nos últimos 40 anos – Bióloga Maria do Carmo Sanchotene
– 12h as 12h30: DEBATES
– 12h30 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: MESA REDONDA – Debatendo o presente e o futuro da arborização – Com Representantes do CRBio-03 E CREA-RS
– 14h30: DEBATES
– 14h45: Coffee break
– 15h: PALESTRA – A importância da valorização da arborização como política pública do verde urbano – Eng. Agr. Anderson Leite Fontes Junior – Prefeitura de João Pessoa/PB;
– 16h30: DEBATES
– 17h: Reunião com Produtores/Viveiristas – Construção do perfil de muda padrão – elaboração da CARTA DE CHARQUEADAS:
Eng. Agrônomo Ricardo Senger – Viveiro Senger
Biólogo Eduardo Olabarriaga – Viveiro de Porto Alegre – SMAMS
– 18h: Encerramento do 1º dia.
– 20h: Momento de Convivência
Sexta-feira (15 de setembro)
AULÃO
– 8h30: Desmitificando a Vistoria Técnica – Biólogo Flavio Barcelos de Oliveira
– 9h15: DEBATES
– 9h45: Coffee break
– 10h: Técnicas de Manejo Vegetal de acordo com a Norma Técnica ABNT NBR 16.246-1 – Biólogo João Augusto Bagatini
– 11h30: DEBATES
– 12h: Ato de Encerramento
– 12h10 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: Visita Técnica ao Bairro Aços Finos Piratini e à Reserva Particular do Patrimônio Nacional – RPPN Porto Capela
*Vagas limitadas: 40 lugares (inscrições no evento)
– 16h30: Término das Atividades
AULÃO
– 8h30: Desmitificando a Vistoria Técnica – Biólogo Flavio Barcelos de Oliveira
– 9h15: DEBATES
– 9h45: Coffee break
– 10h: Técnicas de Manejo Vegetal de acordo com a Norma Técnica ABNT NBR 16.246-1 – Biólogo João Augusto Bagatini
– 11h30: DEBATES
– 12h: Ato de Encerramento
– 12h10 às 13h30: Intervalo para almoço
– 13h30: Visita Técnica ao Bairro Aços Finos Piratini e à Reserva Particular do Patrimônio Nacional – RPPN Porto Capela
*Vagas limitadas: 40 lugares (inscrições no evento)
– 16h30: Término das Atividades
INVESTIMENTO
a) Valor antecipado, pago até dia 11/09: R$ 25,00
b) Associado SBAU, pago até dia 11/09: R$ 20,00
c) Valor no dia do evento: R$ 50,00, condicionada à existência de vagas.
a) Valor antecipado, pago até dia 11/09: R$ 25,00
b) Associado SBAU, pago até dia 11/09: R$ 20,00
c) Valor no dia do evento: R$ 50,00, condicionada à existência de vagas.
INSCRIÇÕES ANTECIPADAS (VAGAS LIMITADAS):
a) Informe no e-mail: forumgaucho.contato@gmail.com seu nome completo, CPF, RG, e-mail, telefone e cidade, e anexe o comprovante de depósito identificado na Caixa Econômica Federal, Agência 1548, Operação 003, C/C 2497-7, em nome da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.
b) Sua vaga é garantida mediante o depósito identificado do valor da taxa de inscrição correspondente: Informações podem ser obtidas pelo e-mail acima informado ou pelo, pelos telefones 051-3958- 8400 e 051-3958- 8484, com Fernanda ou Suelen.
a) Informe no e-mail: forumgaucho.contato@gmail.com seu nome completo, CPF, RG, e-mail, telefone e cidade, e anexe o comprovante de depósito identificado na Caixa Econômica Federal, Agência 1548, Operação 003, C/C 2497-7, em nome da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.
b) Sua vaga é garantida mediante o depósito identificado do valor da taxa de inscrição correspondente: Informações podem ser obtidas pelo e-mail acima informado ou pelo, pelos telefones 051-3958- 8400 e 051-3958- 8484, com Fernanda ou Suelen.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Sucateamento da SMAM agravou danos causados pela tempestade em Porto Alegre, dizem técnicos
jornal sul21
Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM) dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. A afirmação é de técnicos do quadro da SMAM, que divulgaram um manifesto alertando para o sucateamento da pasta e o reflexo que isso teve nos prejuízos causados pela tempestade que atingiu a capital gaúcha no dia 29 de janeiro. Segundo técnicos da secretaria, os nove veículos para trabalhos em altura na arborização estão parados e cerca de 10 mil árvores já avaliadas por técnicos e programadas para remoção ou poda estão na fila aguardando execução. Os técnicos avaliam ainda que centenas de árvores não teriam caído na cidade, caso tivessem sido podadas ou removidas conforme previsão feita anteriormente por laudos técnicos.
O manifesto denuncia também a falta de reposição de funcionários para a área operacional, o que estaria prejudicando a execução de trabalhos preventivos no manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área, assinalam os técnicos, ocorreu em 1993. Situações emergenciais como a experimentada no dia 29 de janeiro se repetirão a cada novo evento climático extremo, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense, diz ainda o documento. Segue a íntegra do manifesto:
Manifesto dos técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre:
“Os Técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM, ligados ao Núcleo da Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – Astec, e ao Núcleo associado ao Senge – Sindicato dos Engenheiros do RS, vêm a público manifestar o que segue:
Em função das catástrofes causadas pelo temporal no dia 29 de janeiro último e diante da falta de ações preventivas por parte da prefeitura nos últimos anos, os núcleos Astec/Smam e Senge/Smam novamente vêm a público denunciar o total sucateamento a que está exposta a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
– A falta de reposição de funcionários para a área operacional vem, progressivamente, prejudicando o desenvolvimento de trabalhos preventivos e planejados no que tange ao manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área operacional ocorreu em 1993 e as tentativas de soluções através de terceirização desses serviços apresentadas pela Administração Municipal têm se mostrado subdimensionadas, ineficientes e incapazes de responder à altura as demandas atuais. Da mesma forma, o estado de precariedade atual e a sistemática falta de manutenção dos veículos, equipamentos e infraestrutura disponíveis para o trabalho das equipes próprias de servidores reforçam o quadro geral de sucateamento em que se encontra a Secretaria atualmente.
– Nessas circunstâncias, a SMAM vem enfrentando sérias dificuldades quanto ao atendimento das demandas de manejo da arborização, sejam aquelas identificadas pelos técnicos que atuam nas diferentes regiões de serviço da cidade, sejam aquelas apresentadas pela população através dos canais de atendimento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Tais dificuldades de atendimento vão desde situações mais simples, envolvendo pequenos conflitos da arborização com a infraestrutura urbana até aquelas mais complexas que, frequentemente, envolvem risco à população.
– Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a SMAM dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. Os fatos observados nos últimos dias também evidenciam o quanto o processo de sucateamento do órgão ambiental do Município de Porto Alegre pode se refletir negativamente na capacidade de resposta da cidade frente a situações de eventos climáticos adversos, os quais, sabidamente, deverão se intensificar com o avanço do fenômeno do aquecimento global.
Enquanto os serviços ambientais prestados pelo Município à população continuarem a ser relegados a planos inferiores de prioridade pela Administração Municipal, os títulos pretendidos de Cidade melhor arborizada e Cidade Resiliente ficam gravemente comprometidos. Situações emergenciais como a experimentada na última sexta-feira se repetirão a cada novo evento climático, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense”.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Arborização Urbana e seus cuidados!! Evite queda de árvores.
Fonte:http://www.ipef.br/silvicultura/arborizacaourbana.asp
Arborização Urbana
Texto produzido pela Acadêmica Giovana Beatriz Theodoro Marto
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo,
Prof. Demóstenes Ferreira da Silva Filho e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 20/01/2006
Supervisão e orientação do Prof. Luiz Ernesto George Barrichelo,
Prof. Demóstenes Ferreira da Silva Filho e do Eng. Paulo Henrique Müller
Atualizado em 20/01/2006
As condições de artificialidade dos centros urbanos em relação às áreas
naturais têm causado vários prejuízos à qualidade de vida dos
habitantes. Sabe-se, porém que parte desses prejuízos pode ser evitado
pela legislação e controle das atividades urbanas e parte amenizada pelo
planejamento urbano, ampliando-se qualitativamente e quantitativamente
as áreas verdes e arborização de ruas. (MILANO, 1987)
A
arborização urbana e os outros elementos existentes na maioria dos
centros urbanos (postes de iluminação pública, fiações, telefones
públicos, placas de sinalização entre outros), convivem em desarmonia
devido à ausência de planejamento tanto da arborização, quanto dos
outros componentes desse espaço. Nenhum ambiente é mais alterado que o
meio urbano, devido aos atuais modelos de edificações e loteamento do
solo que restringem os espaços determinados às áreas verdes. Essas
restrições limitam a utilização de árvores na Floresta Urbana, em
relação ao seu porte e à quantidade de espécies (YAMAMOTO et all.,
2004), por isso a importância de um ramo da Silvicultura que se chama
Silvicultura Urbana. O objetivo da Silvicultura Urbana é o cultivo e o
manejo de árvores para a contribuição atual e potencial ao bem estar
fisiológico, social e econômico da sociedade urbana (COUTO, 1994).
Dentre os aspectos estudados encontra-se a escolha da espécie ideal,
partindo do conhecimento das características da própria espécie e do
local, técnicas de plantio, manutenção e de podas.
Escolha da Espécie
Características da espécie
É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma
arborização urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e
valorizar a flora brasileira, favorece a sobrevivência de animais que
constituem importantes elementos do equilíbrio ecológico. (TOLEDO FILHO
& PARENTE, 19)
As árvores em ambiente urbano estarão submetidas a condições distantes
das que são oferecidas em ambiente natural, portanto é necessário
utilizar espécies que ocorram naturalmente na região em que a árvore
será plantada para que seu crescimento, adaptabilidade e desenvolvimento
não sejam comprometidos.
Como
a escolha da espécie a ser plantada na frente da residência é o aspecto
mais importante a ser considerado, há uma série de características que
devem ser avaliadas antes dela ser selecionada, como a tolerância a
poluentes e a baixas condições de aeração do solo, presença de odores,
tempo de crescimento e de longevidade, tamanho e cor das flores e
frutos, época e duração do florescimento e frutificação, entre outros.
Ao se plantar árvores nas vias públicas ou parques e jardins deve-se
evitar aquelas que produzam qualquer tipo de substância tóxica para o
homem ou qualquer outro animal (ex: espatódeas e euforbiáceas). A
utilização de espécies com presença de espinhos no tronco também deve
ser evitada. Aconselha-se usar árvores que não possuam frutos grandes
que possam amassar carros ou mesmo ferir pessoas (ex: mangueiras e
sapucaias) e com maior resistência nos galhos e ramos.
Espécies resistentes a pragas e doenças são preferíveis, pois são mais
adaptáveis ao ambiente urbano e não requerem a utilização de substâncias
tóxicas como fungicidas e inseticidas que também podem inferir na saúde
dos indivíduos.
A dimensão da copa não deve extrapolar o limite físico do local, pois as
árvores não podem obstruir a passagem de pedestres. A altura da muda a
ser plantada não deve ser inferior a 2 m para não interromper a
circulação de pedestres e veículos.
Um fator a ser considerado é, também, o uso de espécies que reúnem
características morfológicas adaptadas para combater a poluição nos
grandes centros. As folhas destas árvores podem absorver gases poluentes
e prender partículas sobre sua superfície, especialmente se estas forem
pilosas, cerosas ou espinhosas.
Durante a escolha um fator levantado constantemente pelos moradores é
quanto às árvores que sujam muito a calçada ou entopem calhas e
condutor. Isso nos parece impossível de ser resolvido por seleção de
espécie. Qualquer espécie arbórea tem uma grande perda de folhas, seja
ela sempre verde ou caducifólia (que perde todas as folhas em
determinado período), e folhas pequenas ou grandes causaram os mesmos
problemas de “sujeira” ou entupimentos. A solução está na localização
adequada das árvores e das casas. Se as árvores são plantadas
suficientemente distantes de telhados de residências e de bueiros o
efeito de entupimento será reduzido. Por outro lado, se as calçadas e
pátios tivessem menos área de cimento e mais área com grama, a “sujeira”
das árvores quase não existiria.
Características do local
Em
relação ao local deve-se primeiramente considerar o tipo de rua a ser
arborizada, pois vias comerciais, residenciais, entre outras, terão um
tratamento estético distinto. Em seguida avaliar o espaço disponível,
para selecionar o porte ideal da espécie a ser utilizada. Antes da
escolha é necessário verificar a presença ou ausência de fiação aérea,
iluminação pública, a localização da rede de drenagem pluvial e da rede
de esgoto e de outros serviços urbanos, bem como a largura da calçada e
afastamento mínimo nas edificações. Uma forma de obter estas informações
é por meio do cadastramento e controle das ruas e praças que permitem
uma correta implantação. (BATISTA, 1988)
Dependendo desse espaço, a escolha ficará vinculada ao conhecimento do
porte da espécie a ser utilizada. As árvores usadas na arborização de
ruas e avenidas foram classificadas em pequeno, médio e grande porte.
Comumente são indicadas árvores de pequeno porte (que atingem entre 4 e 5
metros de altura e raio da copa entre 2 e 3 metros). Porém, árvores de
pequeno porte atrapalham a circulação de veículos e pedestres, pois a
copa baixa restringe o espaço lateral nas vias públicas. Portanto
deve-se priorizar o uso de espécies de médio (que atingem cerca de 10
metros de altura quando adultas e raio de entre 4 e 5 metros) e grande
porte (aquelas cuja altura na fase adulta ultrapassa 10 metros de altura
e o raio de copa é superior a 5 metros).
Em canteiros centrais, presentes em avenidas, pode-se utilizar árvores
de médio a grande porte, caso este possua grandes dimensões (mais de 4
metros de largura), ou então espécies colunares, como as palmeiras. Elas
apresentam forma adequada para este fim, além de servirem como
referência aos condutores de automóveis. Porém não são apropriadas para
uso em calçadas, seja pelo porte, na maioria das vezes grande como
também pela dificuldade de manejo. Sempre que possível, deve-se utilizar
espécies nativas, mas se estas não estiverem disponíveis, pode-se
utilizar espécies exóticas adaptadas.
É particularmente importante considerar a altura dos veículos que
transitarão pela rua uma vez que é comum as árvores de pequeno porte
serem danificadas por grandes caminhões.
Se o objetivo é arborizar locais de estacionamento de veículos, deve-se
utilizar espécies que proporcionem sombra, mas que não tenham frutos
grandes, que possam causar danos aos veículos, folhas caducas de grande
tamanho e outras características que dificultem o trânsito dos veículos.
Em locais de clima frio, deve-se levar em consideração a deciduidade (a
perda ou não das folhas) das plantas, pois espécies caducifólias levam a
um maior aproveitamento da radiação solar.
As árvores não devem ser plantadas em cima de encanamentos de água e
esgoto evitando assim um possível entupimento destas redes pelas raízes.
Para não prejudicar a sinalização e a iluminação devem ficar a uma
distância de no mínimo 5 metros das placas e postes.
Plantio
A posição ideal de plantio é aquela em que permite que a árvore
proporcione a incidência de raios solares no inverno e sombra no verão.
O
primeiro procedimento de plantio é o coveamento. No local onde irá ser
feita a cova deve haver em volta uma área permeável para infiltração de
água e aeração do solo. A área deve ser de 2 m2 para árvores pequeno
porte e de 3 m2 para árvores de grande porte, atentando-se a fato de
restar no mínimo 0,90 m para passagem de pedestres. O entulho decorrente
da quebra da calçada deve ser recolhido.
A cova deve possuir dimensões mínimas de 0,6x0,6x0,6 m e permitir que a
muda fique numa posição central dentro da mesma. Quanto mais deficiente o
solo em suas características físicas e químicas, maior deverá ser a
cova.
Um erro constante observado é o dimensionamento da cova em função do
material empregado para revestir calçadas. Peças cerâmicas ou pétreas de
0,20 x 0,20 m ou 0,30 x 0,30 m condicionam covas de iguais dimensões.
Isto permite a colocação de pisos sem recortes, mas dificulta,
sobremaneira, o desenvolvimento da planta. (SANTOS & TEIXEIRA, 2001)
O solo proveniente da abertura da cova apresenta-se, na maioria das
vezes, alterado devido a remoção das camadas mais férteis ou
soterramento das mesmas. Portanto, ao proceder o preenchimento da cova, o
solo deve ser substituído por outro com melhores condições químicas e
físicas, estando livre de entulho, lixo e pedras. O solo de
preenchimento deve ser formado por uma parte de solo de textura
argilosa, uma parte de solo de textura arenosa e uma parte de composto
orgânico mineralizado.
Quanto a adubação, para uma cova com as dimensões de 60 x 60 x 60 cm,
esta deve ser feita utilizando 300 g de Super Simples 5-15-10, 110 g de
calcário dolomítico e 180 g de FTE (fritas). Os fertilizantes devem ser
misturados de forma homogênea no solo de preenchimento.
As mudas a serem plantadas devem estar sadias. Deve-se retirar a
embalagem (saco plástico, tubete) e realizar, se necessário, uma poda
leve nas raízes. O solo de preenchimento deve ser colocado de modo que a
muda, na região central da cova, tenha seu colo em torno de 5 cm abaixo
do nível da calçada, porém permanecendo no mesmo nível da superfície do
solo. O solo em volta da muda deve ser pisoteado moderadamente para
firmá-lo, sem que haja compactação do mesmo.
Caso seja necessário, como em locais de muito vento por exemplo, deve-se
colocar temporariamente um tutor (haste de madeira, bambu, metal ou
plástico) que deve ser enterrado de 0,50 no solo e ultrapasse a altura
da muda em no mínimo 0,30 m. A muda é amarrada ao tutor com uma fita de
borracha, para evitar qualquer restrição ao seu crescimento.
O local da muda deve ser imediatamente irrigado com água limpa logo após
o plantio em quantidade suficiente para encharcar o solo.
Manutenção
Para que as mudas não morram ou tenham seu desenvolvimento comprometido
por estresse hídrico, é necessário regá-las três vezes por semana com
cerca de cinco litros de água ou uma vez por semana em estação chuvosa.
Elas também deverão receber pelo menos duas adubações por ano.
Não se deve colocar em nenhuma parte da árvore enfeites, luzes, cordas,
lixeiras, pregos arames, entre outros que possam causar danos à saúde e
ao crescimento da árvore.
Sempre que houver algum problema de ataque de pragas ou doenças procurar
orientação de técnicos habilitados, que indicarão qual é o melhor
procedimento a ser realizado. A prática de caiar ou pintar os troncos
das árvores não impede o ataque de formigas. Esses produtos liberam
componentes químicos que além de prejudica-las, são tóxicos para liquens
que vivem em associação comas árvores.
Poda
Ao selecionar a espécie de porte ideal para o local, evitam-se podas
desnecessárias para adaptar árvores que ultrapassam o limite físico
local. Assim, é preciso conhecer previamente uma árvore saudável para
definir com maior precisão a necessidade e o momento da intervenção
(poda), bem como as partes a serem eliminadas. Desta forma pode-se
prolongar o “Tempo de Residência” de espécies arbóreas nos vários nichos
urbanos onde estão inseridas, considerando-se todos os fatores
ambientais imediatos que regem o seu desenvolvimento (poluição, ação
predatória, choques mecânicos, aeração do solo, etc).
Existem
diferentes tipos de poda cada qual com seu objetivo. A poda, na
arborização urbana, visa basicamente conferir à árvore uma forma
adequada durante o seu desenvolvimento (poda de formação); eliminar ramos mortos, danificados, doentes ou praguejados (poda de limpeza); remover partes da árvore que colocam em risco a segurança das pessoas (poda de emergência); e remover partes da árvore que interferem ou causam danos incontornáveis às edificações ou aos equipamentos urbanos (poda de adequação).
A poda de formação é empregada para substituir os mecanismos
naturais que inibem as brotações laterais e para conferir à árvore
crescimento ereto e à copa altura que permita o livre trânsito de
pedestres de veículos.
A poda de limpeza é empregada para evitar que a queda de ramos
mortos coloque em risco a integridade física das pessoas e do patrimônio
público e particular, bem como para impedir o emprego de agrotóxicos no
meio urbano e evitar que a permanência de ramos danificados comprometa o
desenvolvimento sadio das árvores.
A poda de emergência, a mais traumática para a árvore e para a
vida urbana, é empregada para remover partes da árvore que colocam em
risco a integridade física das pessoas e do patrimônio público ou
particular.
A poda de adequação é empregada para solucionar ou amenizar
conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. É motivada pela
escolha inadequada da espécie, pela não realização da poda de formação, e
principalmente por alterações do uso do solo, do subsolo e do espaço
aéreo.
As podas drásticas,
que removem totalmente a copa, ou ramos principais deverão ser
evitadas, sendo a sua utilização permitida apenas em situações
emergenciais ou quando precedida de parecer técnico de funcionário
municipal autorizado.
É autorizado o corte de uma árvore apenas quando esta estiver seca,
muito doente (comprometendo a saúde de outras árvores) ou oferecer
problemas de segurança local (como ameaçar a cair). Também é permitido
caso esta esteja bloqueando a visão da sinalização de trânsito ou houver
excesso de árvores em um determinado local, tornando-o insalubre por
ter pouca incidência de sol.
O corte de árvores em frente a garagens é regulamentado através de lei
municipal. Algumas cidades não admitem que se localize entrada de
veículos onde existe uma árvore plantada anteriormente. Outras, no
entanto, não exigem uma vistoria prévia ou a locação na planta da nova
construção para a aprovação da mesma. Quando a obra está pronta,
autoriza-se, com esta justificativa, o corte da árvore. O ideal é que as
situações sejam examinadas e estudadas alternativas para que não haja o
corte da árvore.
O correto é realizar a condução da árvore desde jovem, quando tem maior
capacidade de cicatrização e regeneração para que esta tenha um
crescimento adequado ao local de plantio.
Ao se executar uma poda ou corte de uma árvore, há alguns fatores a
serem levados em consideração, como a necessidade de isolamento da área
caso seja uma via pública onde circulam pessoas e veículos. Havendo
fiação elétrica na rua deve-se desligar a energia durante a realização
da poda para evitar choques e acidentes. Também é necessário verificar a
presença de ninhos de vespas e marimbondos.
Somente equipes autorizadas pela Prefeitura Municipal ou pelo Conselho
Municipal do Meio Ambiente podem efetuar podas e corte de árvores. Estas
equipes devem ser treinadas e usar os equipamentos de segurança e
proteção individual (EPI's). Os equipamentos e ferramentas deverão estar
em boas condições de uso.
O conhecimento das características das espécies mais utilizadas na
arborização de ruas, das técnicas de poda e das ferramentas corretas
para a execução da poda permite que esta prática seja feita de forma a
não danificar a árvore. Entretanto, a poda sempre será uma agressão à
árvore. Sempre deverá ser feita de modo a facilitar a cicatrização do
corte. Caso contrário, a exposição do lenho permitirá a entrada de
fungos e bactérias, responsáveis pelo apodrecimento de galhos e tronco, e
pelo aparecimento das conhecidas cavidades (ocos).
Legislação
Toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de
autorização prévia do Poder Executivo Municipal. Extraordinariamente,
nas ocasiões de emergência em que haja risco iminente para a população
ou ao patrimônio tanto público como privado, será permitida a
providência aos Soldados do Corpo de Bombeiro.
Pela legislação vigente, é considerado exemplar arbóreo o espécime ou
espécimes vegetais lenhosos, com Diâmetro do Caule à Altura do Peito
(DAP) superior a 0,05 (cinco) centímetros. DAP é o diâmetro do caule da
árvore à altura média de 1,30 m (um metro e trinta centímetros) do solo.
A poda poderá ser autorizada nas seguintes circunstâncias:
• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da obra;
• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;
• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;
• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos permanentes ao patrimônio público ou privado;
• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao acesso de veículos.
• em terreno a ser edificado, quando a poda for indispensável à realização da obra;
• quando o estado fitossanitário da árvore a justificar;
• quando a árvore ou parte dela apresentar risco iminente de queda;
• nos casos em que a árvore esteja causando comprováveis danos permanentes ao patrimônio público ou privado;
• nos casos em que a árvore constitua obstáculo fisicamente incontornável ao acesso de veículos.
O Executivo Municipal está obrigado a comunicar a autorização da poda
através do Diário Oficial do Município, com antecedência mínima de 10
dias.
Algumas árvores indicadas pra utilização em áreas urbanas
Nome popular | Nome científico |
Acácia-mimosa | Acacia podalytifolia |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata Mart. |
Aroeira-periquita | Schinus molle L. |
Aroeira-vermelha | Schinus terebinthifolius Raddi |
Butiazeiro | Butia eriospatha (Mart.) Becc. |
Capororocão | Rapanea parviflora (A Dc) Mez |
Chal-Chal | Allophyllus edulis |
Coração-de-negro | Poecilanthe parviflora Benth |
Corticeira-do-banhado | Erytrina crista-galli L. |
Gerivá | Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman |
Goiabira | Psidium guajava L. |
Ingá-feijão | Ingá marginata |
Ipê-amarelo-paulista | Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Standl. |
Ipê-roxo | Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb. |
Jaboticabeira | Myrciaria trunciflora Berg |
Jaborandi | Pilocarpus pennatifolius Lem. |
Mulungú | Erythrina falcata |
Paineira | Chorisia speciosa St. Hill. |
Palmito | Euterpe edulis Mart. |
Pata-de-vaca | Bauhinia candicans Benth. |
Pinheiro | Araucária angustifolia Kuntze |
Pitangueira | Eugenia uniflora L. |
Podocarpus | Podocarpus lambertii Klotzsch |
Salseiro | Salyx humbolditiana Wild. |
Sina-sina | Parkinsonia aculeata L. |
Timbaúva | Enterolobium contortisilicum (Vell.) Morong. |
Uva-do-japão | Hovenia dulcis |
Espécies indicadas para a redução da poluição
Pequeno porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Araçá | Psidium Cattleianum |
Chal-chal | Allophyllus edulis |
Chuva-de-ouro | Cassia multijuga |
Quaresmeira | Tibouchina granulosa |
Quaresmeira | Tibouchina sellowiana |
Meio porte com folhagem semi-caduca
Nome popular | Nome científico |
Cocão | Erythroxylum argentinum |
Goiabeira-da-serra | Brittoa guazumifolia |
Guarbiroba-de-folha-miúda | Campomanesia rhombea |
Manacá-da-serra | Tibouchina mutabilis |
Tarumã-preta | Vitex montevidensis |
Médio porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Goiabeira | Psidium guajava |
Alecrim | Holocalix glaziovii |
Grande porte com folhagem semi-caduca
Nome popular | Nome científico |
Guabiroba | Campomanesia xanthocarpa |
Camboatá-vermelho | Cupania vernalis |
Maria-preta | Diospyrus inconstans |
Camboatá-branco | Matayba ealeagnoides |
Grande porte com folhagem permanente
Nome popular | Nome científico |
Guajuvira | Patagonula americana |
Aguaí | Pouteria gardneriana |
Aguaí-folha-de-salsa | Pouteria salicifolia |
Catiguá | Trichilia clauseni |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata |
Louro-preto | Chordia ecalyculata |
Louro | Chordia trychotoma |
Caroba | Jacaranda micrantha |
Espécies indicadas para estacionamento
Nome popular | Nome científico |
Açoita-cavalo | Luehea divaricata |
Aleluia | Senna multijug |
Angelim-bravo | Lonchocarpus campstris |
Angico-vermelho | Parapiptadenia rigida |
Aroeira-priquita | Schinus molle |
Bartimão | Cassia leptophylla |
Camboatá-vermelho | Cupania vernalis |
Canafístula | Peltophorum dubium |
Canela-amarela | Nectranda rigida |
Canela-do-brejo | Machaerium stipitatum |
Canela-ferrugem | Nectranda rigida |
Capororoca | Rapanea umbellata |
Carne-de-vaca | Styrax leprosus |
Carvalho-brasileiro | Roupala brasiliensis |
Catiguá | Trichilia clausenii |
Cedro | Cedrella fissilis |
Corticeira-da-serra | Erytrhrina falcata |
Grápia | Apuleia leiocarpa |
Guajuvira | Pataonula americana |
Ingá-feijão | Inga marginata |
Ingá-macaco | Inga sessilis |
Ingazeiro | Lonchocarpus sericeus |
Marmeleiro-do-mato | Ruprechtia laxiflora |
Pau-brasil | Caesalpinia echinata |
Coração-de-negro | Poecilanthe parviflora |
Quaresmeira | Tibouchina granulosa |
Rabo-de-bugio | Lonchocarpus muehlbergianus |
Sibipiruna | Caesalpinia peltophoroides |
Timbó | Ateleia glazioveana |
Palmeiras para uso em calçadas e/ou canteiros centrais
Nome popular | Nome científico |
Butiazeiro | Butia capiata |
Buriti-palito | Trithrinax brasiliensis |
Cariota | Caryota urens |
Gerivá | Syagrus romanzoffiana |
Neodipsis | Dypsis decary |
Palmeira-cabeluda | Trachycarpus fortunei |
Palmeira-da-califórnia | Washingtonia robusta |
Palmeira-da-califórnia | Washingtonia filifera |
Palmeira-imperial | Roystonea oleracea |
Palmiteiro | Euterpe edulis |
Robeline | Phoenix roebelinii |
Sabal | Sabal palmetto |
Tamareira-das-cancanárias | Phoenix canariensis |
Tamareira | Phoenix dactylifera |
Bibliografia
BATISTA,J.L.F. Apontamentos de silvicultura urbana. Piracicaba: ESALQ/DCF, 1988. 36p.
COUTO, H.T.Z. Métodos de amostragem para avaliação de árvores de ruas.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2, 1994, São Luis. Anais... São Luis/MA: SBAU, 1994. p.169-179.
MILANO,M.S. O planejamento da arborização, as necessidades de manejo e
tratamentos culturais das árvores de ruas de Curitiba,PR. Floresta, v.17, n.1/2, p.15-21, jun./dez.1987
SANTOS,N.R.Z.;TEIXEIRA,I.F. Arborização de Vias Públicas: ambiente x Vegetação. Porto Alegre– RS: Instituto Souza Cruz, 2001 135p.
Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto/SP A poda na arborização urbana Disponível em: http://www.eletropaulo.com.br/frameset_home.cfm?conteudo_id=544
Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e a Secretaria de
Coordenação das Subprefeituras (SMS) Manual Técnico de Poda Disponível
em: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/
eixo_biodiversidade/arborizacao_urbana/0002
eixo_biodiversidade/arborizacao_urbana/0002
TOLEDO,D.V.; PARENTE,P.R. Arborização urbana com essências nativas. Boletim Técnico do Instituto Florestal, v.42, p.19-31, mai.1988
YAMAMOTO, M.A.;SCHIMIDT, R.O.L;COUTO,H.T.Z. do;SILVA FILHO,D.F. da Árvores Urbanas Piracicaba 2004 Disponível em http://lmq.esalq.usp.br/~dfsilva/arvores_urbanas.pdf
segunda-feira, 1 de junho de 2015
35 Árvores ideais para calçadas
As árvores são fundamentais nas ruas e avenidas. Além de embelezar, elas
tem um importante papel no equilíbrio térmico, refrescando onde quer
que estejam. Também colaboram com a redução da poluição sonora e do ar,
fornecem sombra, refúgio e alimento para as aves. Os benefícios não
param por aí, poderíamos falar de fixação de carbono, produção de
oxigênio, proteção contra ventos, etc. Mas a escolha da espécie correta é
fundamental. Se você deseja plantar uma árvore na sua calçada, o
primeiro passo é procurar a prefeitura. Muitas delas tem um plano de
arborização urbana, com espécies de árvores indicadas por profissionais
capacitados. Não raro, você poderá solicitar o plantio à prefeitura, ou
buscar as mudas você mesmo no viveiro municipal.
Fique atento, o plantio da árvore errada pode
provocar muita dor de cabeça no futuro, como tubulações de água e
esgoto estourados, calçadas levantadas, problemas na rede elétrica,
galhos que ameaçam cair a qualquer momento, frutos pesados que caem
sobre carros, ramos espinhentos que atrapalham os pedestres, sujeira e
mal cheiro advindo de frutos, folhas ou flores caídos, entre muitas
outras situações desagradáveis a perigosas. E geralmente você não pode
fazer muita coisa. Na maioria das vezes o corte ou poda é permitido
apenas à prefeitura e companhia elétrica. O corte inautorizado pode lhe
render multas pesadas e, dependendo da espécie, ser considerado crime
ambiental. Você terá que solicitar o serviço e aguardar que aprovem.
Portanto, escolha bem. Uma árvore é maravilhosa e para além da vida
toda. Abaixo segue uma lista de espécies que são indicadas para
calçadas. As espécies que alcançam até 10 metros são boas para calçadas
com fiação elétrica, enquanto as maiores podem ser plantadas em calçadas
sem fiação.
- Ácer – Acer palmatum – Mais indicado para regiões serranas, apresenta pequeno porte, atingindo até 8 metros de altura e folhas que variam conforme as estações. 1.
- 2. Bauínia de Hong Kong – Bauhinia blakeana – Árvore semicaduca, de floração exuberante, atinge cerca de 8 metros de altura.
- 3. Pata-de-vaca – Bauhinia forficata eBauhinia variegata – Árvore florífera e semicaduca, de pequeno porte, ideal para calçadas estreitas e sob a fiação elétrica.
- 4. Castanha-do-maranhão – Bombacopsis glabra – Árvore nativa, que alcança 6 metros de altura e tronco verde, bastante ornamental.
- 5. Escova-de-garrafa– Callistemon spp – Espécies de árvores de pequeno porte, nativas da Austrália, e muito resistentes à seca. Floração exuberante.
- 6. Cambuci – Campomanesia phaea – Arvoreta semidecídua, de aspecto delicado e frutos comestíveis. Nativa da Mata Atlântica.
- Chuva-de-ouro – Cassia fistula – Árvore belíssima, que desponta inflorescências em cachos pendentes, de cor amarelo-ouro. 7.
- 8. Sombreiro – Clitoria fairchildiana – Árvore de maior porte e florescimento ornamental. Ideal para calçadas amplas, sem fiação. Atinge 12 metros de altura.
- 9. Jangada-do-campo – Cordia superba – Árvore bela em todos os sentidos, seja na forma, folhagem ou floração. De pequeno porte, atinge no máximo 10 metros de altura.
- 10. Cornos – Cornus florida – Árvore nativa dos Estados Unidos, decídua, apresenta transição de cores nas folhas e florescimento exuberante. Atinge 6 metros de altura. Ideal para clima subtropical.
- 11. Crataegus – Crataegus oxyacantha – Árvoreta de clima temperado, com florescimento muito ornamental. Atinge 5 metros de altura. É resistente à seca, frio e ventos fortes.
- 12. Eritrina-verde-amarela – Erythrina variegata – Árvore tropical, de florescimento ornamental, e folhagem espetacular. Alcança até 12 metros, mas pode ser conduzida como arbusto ou arvoreta.
- Eritrina-candelabro – Erythrina speciosa – Árvore decídua, de pequeno porte, atingindo cerca de 5 metros de altura. Seu florescimento além de exuberante ainda é muito atrativo para beija-flores. Aprecia lugares úmidos. 13.
- 14. Cereja-do-rio-grande – Eugenia involucrata – Árvore nativa frutífera, atrativa para os pássaros, de copa colunar e própria para clima subtropical. Atinge 8 metros de altura.
- 15. Pitangueira – Eugenia uniflora – Árvore de textura fina e frutos saborosos. A pitangueira também atrai os passarinhos e tem porte pequeno, raramente alcançando 12 metros de altura.
- 16. Jacarandá – Jacaranda mimosaefolia – Um verdadeiro clássico. Árvore decídua, de floração exuberante. Ideal para arborização de ruas em regiões de clima subtropical.
- 17. Árvore-da-china – Koelreuteria bipinnata – Floresce no outono, despontado inflorescências eretas com flores amarelas, que em seguida são tomados por frutos papiráceos, duráveis, de cor salmão. Para clima subtropical. Atinge até 12 metros – plantar em calçadas sem fiação.
- 18. Resedá – Lagerstroemia indica – Arvoreta largamente utilizada na arborização urbana. Tem florescimento esplendoroso, é decídua e tolerante a podas drásticas. Atinge 8 metros de altura.
- 19. Leucena – Leucaena leucocephala – Árvore nativa, leguminosa, de pequeno porte e flores em forma de pequenos pompons. Tolerante à seca. Atinge 7 metros de altura.
- 20. Alfeneiro – Ligustrum lucidum – Uma das espécies mais cultivadas na arborização urbana do sul do Brasil. Oferece boa sombra, mas a floração de muitos exemplares ao mesmo tempo pode intensificar os casos de alergia à pólen.
- 21. Magnólia – Magnolia spp – As magnólias além de belas e perfumadas, são muito interessantes para arborização urbana por seu porte pequeno. Decíduas e próprias para o clima subtropical e temperado. Alcançam de 5 a 10 metros de altura.
- Melaleuca – Melaleuca leucandendron– Árvore nativa da Austrália, que chama atenção pela casca do seu tronco, que é curiosa, desprendendo-se e com textura de papelão. Floração ornamental. Atinge 15 metros de altura. Não plantar sob rede elétrica. 22.
- 23. Cinamomo – Melia azedarach – Árvore bastante utilizada na arborização urbana. Indicada para clima subtropical. Floração ornamental e frutos atrativos para avifauna. Alcança até 20 metros de altura.
- 24. Amoreira-preta – Morus nigra – Árvore frutífera, muita atrativa para os passarinhos. Atinge 10 metros de altura.
- 25. Calabura – Muntingia calabura – Árvore ornamental por seus ramos delicados e arqueados. Frutos pequenos bastante atrativos par as aves. Atinge 10 metros de altura.
- 26. Jabuticabeira – Myrciaria cauliflora – Uma unanimidade. Árvore nativa, de frutos saborosos que surgem diretamente do caule. Alcança 8 metros de altura.
- 27. Jasmim-manga – Plumeria rubra – Arvoreta de flores muito perfumadas e aspecto escultural. Ideal para regiões litorâneas. Atinge 6 metros de altura.
- 28. Cerejeira-do-japão – Prunus serrulata – Árvore decídua, de grande valor ornamental, por ser florescimento espetacular. Própria para clima subtropical e temperado. Alcança 6 metros de altura.
- 29. Aroeira – Schinus molle e Schinus terebinthifolius – Árvores belas e atrativas para avifauna. São de pequeno porte, atingindo de 8 a 10 metros de altura.
- Pau-fava – Senna macranthera – Árvore nativa e de pequeno porte, com floração ornamental e aspecto elegante. Atinge até 8 metros de altura. 30.
- 31. Canafístula-de-besouro – Senna spectabilis – Árvore decídua, nativa do nordeste, de florescimento ornamental e pequeno porte. Alcança 9 metros de altura.
- 32. Ipê – Tabebuia spp – Gênero de árvores, em sua maioria nativas, decíduas, de tronco e ramagem elegantes, madeira resistente e florescimento exuberante em diversas cores. Ipê-amarelo, Ipê-branco, Ipê-rosa e Ipê-roxo. Atingem de 10 a 35 metros, dependendo da espécie. São adequados para calçadas sem fiação elétrica.
- 33. Ipê-de-jardim – Tecoma stans – Arvoreta ideal para calçadas. Apresenta florada amarela e duradoura. Atinge 7 metros de altura.
- 34. Quaresmeira – Tibouchina granulosa – Árvore nativa da Mata Atlântica, de pequeno porte, largamente utilizada na arborização urbana, por sua rusticidade e florescimento ornamental. Alcança até 12 metros de altura.
- 35. Manacá-da-serra-anão – Tibouchina mutabilis – Belíssima arvoreta, em que é possível admirar flores em três cores diferentes simultaneamente, branca, rosa e roxa, de acordo com a idade da flor. Atinge 6 metros de altura.
A lista não para por aí. Você também pode usar uma variedade de
coníferas, que apesar de seu formato geralmente cônico a colunar, desde à
base, são escolhas interessantes para calçadas largas. As palmeiras,
em sua maioria (com exceção das entouceiradas, espinhentas e as de
porte gigante), são muito indicadas para ornamentar ruas, avenidas e
calçadas. A diversidade de árvores é enorme e você pode gostar
justamente de uma que viu em algum lugar. Veja as características que
uma árvore para arborização de calçadas deve ter:
- – Não possuir raízes superficiais ou agressivas
- – Não ter frutos ou flores grandes
- – Não possuir espinhos
- – Não ser tóxica
- – Não ser de grande porte (mais de 20 metros de altura)
- – Não possuir madeira frágil, suscetível à quebra ou ataque de cupins (evite árvores de crescimento muito rápido)
- – Não ser invasora
Veja também uma lista com 22 Árvores de raízes agressivas que você não deve plantar na calçada.
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Cidade mais verde, Inventário de arborização indica avanços e pede cuidados
Araucária: espécie nativa da reigão Sul está em risco de extinção,
aponta estudo
Foto: CR
Foto: CR
"O Inventário nos
orgulha”, disse o vice-prefeito, Antonio Feldmann na apresentação do
Inventário Municipal de Arborização Urbana, realizado na terça 22.
Elaborado pela empresa Legalize Assessoria Ambiental, o levantamento
inédito demandou um investimento na ordem de R$ 600 mil. Ele integra o
Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA), que visa desenvolver ações de
preservação do bioma.
Dividido em duas
linhas de ação, o censo arbóreo analisou as áreas verdes e as vias e
canteiros públicos do município. Considerado um instrumento fundamental
para a gestão ambiental, deve provocar uma mudança a ser sentida num
prazo de 20 anos.
Em relação às áreas
verdes, foram realizados laudos de cobertura vegetal de 589 áreas
verdes. Dessas, 45 são consideradas prioritárias para a conservação da
Mata Atlântica. O que chama atenção, positivamente, em Caxias, é que o
Índice de Área Verde (IAV) é de 14,22m²/habitante. Um recorde, se
remetido à média nacional e do mínimo indicado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), que é de 12m² por pessoa.
Já nas vias e
canteiros públicos, o estudo visa fundamentar o plano de trabalho da
equipe de Parques, Praças e Jardins (PPJ), da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente (Semma). O levantamento permite conhecer a espécie, seu
porte, bem como seu estado fitossanitário e os “conflitos com
equipamentos públicos”.
Responsável técnica
do projeto, a bióloga Vanise Sebben, comenta os resultados levantados.
“O Plano da Mata Atlântica está pronto para a fase de implementação. As
ações sairão do papel e irão para a prática, de forma planejada, já que
temos agora as informações que eram indispensáveis para realizarmos um
trabalho técnico responsável”.
Corticeira-da-Serra – Erythrina falcata |
O mapeamento
apontou a presença de 463.982 árvores em áreas verdes, num total de
593ha de extensão urbana florestada. Em 147 desses locais, no entanto,
51% das espécies encontradas são exóticas.
De acordo com o
secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, o Inventário servirá para a
criação do Plano de Arborização Urbana. “De posse destas informações,
que são cruciais para o gestor ser capaz de planejar e de direcionar
esforços, tenho certeza que ações mais efetivas na melhoria dos serviços
ambientais de nossa cidade serão possíveis. Além, também, de ser um
passo a mais na transparência de dados, já que qualquer cidadão pode
acessar informações”, aponta.
Com relação às vias
públicas e canteiros urbanos, foram inventariadas 64.122 plantas.
Dessas, 35.713 são exóticas e a mais comum dentre elas é o Ligustrum lucidum,
popular ligustro, com 5.626 unidades. Outras 25.888 são nativas do RS.
Foram listados 3.988 espécimes de pitangueira, cujo nome científico é Eugenia uniflora.
A contagem
deflagrou, ainda, que 55.829 desses indivíduos arbóreos das vias
públicas apresentam algum tipo de conflito com equipamento público. A
maior parte, 9.351 plantas têm contato com a fiação elétrica.
Já reparou a
diversidade de árvores que existe na rua? O estudo mostra um dado
preocupante: a biodiversidade das espécies arbóreas é baixa. Numa escala
de zero a 1, no Coeficiente de Mistura de Jentsch QM,
Caxias chega aos 0,006. Com o mapeamento pronto, as equipes da Semma
irão iniciar um trabalho minucioso para aumentar a biodiversidade e
cuidar da arborização já existente.
“A gente sempre diz
que Caxias se caracteriza pela sua identidade étnica e cultural e agora
também ambiental. Devemos ampliar o horizonte para que as pessoas
tenham acesso a isso. Pode ser como fonte de pesquisa, de ações, de
atividade da rede de ensino da cidade. A comunidade deve ter acesso para
que possa aprimorar este estudo”, concluiu Feldmann.
Apontamentos do Inventário
Áreas verdes: 589, sendo 45 prioritárias – 593 hectares
Indivíduos arbóreos: 463.982 – 647 espécies (498 nativas, 151 exóticas e 18 ameaçadas de extinção)
Índice de arborização: 14,22m²/hab
Árvores em canteiros ou vias públicas: 64.122
Nativas: 25.888 – a mais comum é a pitangueira
Exóticas: 35.713 – a mais comum é o ligustro
55.829 árvores em conflito
Passeio: 30.306
Fiação: 9.351
Pista: 3.725
Prox. esquina: 3.100
Com outra árvore: 2.654
Edificação: 2.293
Prox. boca de lobo/hidrante: 1.881
Rede elétrica ou iluminação: 1.660
Placas de sinalização: 769
Semáforo: 52
Em risco de extinção
Xaxim – Dicksonia sellowiana
Araucária – Araucaria angustifolia
Figueira – Ficus cestrifolia
Cabreúva – Myrocarpus frondosus
Corticeira-da-Serra – Erythrina falcata
Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente
Redação Jornal Correio Riograndense
domingo, 8 de junho de 2014
PORTO ALEGRE vai sediar Fórum de Avaliação de Árvores de Risco
Capital vai sediar Fórum de Avaliação de Árvores de Risco
Foto: Cibele Carneiro/Divulgação PMPA
Sociedade Brasileira de Arborização Urbana busca aproximação com a Smam
Entre os dias 25 e 26 de novembro de 2014, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (Sbau) realizam em Porto Alegre o 1º Fórum Internacional de Avaliação de Árvores de Risco. A definição ocorreu em reunião entre o secretário Cláudio Dilda e o presidente eleito para o triênio 2014-2016 da Sbau, André Puente, nesta segunda-feira, 2.
Conforme Dilda, a Smam não poupará esforços para se aproximar cada vez mais da Sbau. "A Sbau é um ambiente profícuo de geração de conhecimentos, normalizações e técnicas de manejo de arborização. Queremos estreitar os laços, a fim de qualificar a gestão da arborização da Capital, por meio de encontros, cursos e outras parcerias", disse.
Puente agradeceu o apoio de Porto Alegre à Sbau, fundada em 16 de setembro de 1992, na cidade de Vitória, Espírito Santo. "Queremos aproximar os conhecimentos técnicos da Sbau à realidade das gestões municipais no cuidado com a arborização urbana. Parcerias como esta já firmada com Porto Alegre são fundamentais para disseminarmos conhecimentos e normalizações", destacou.
Fonte: SBAU
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Arborização urbana deve atender a critérios técnicos e ter ações coordenadas, afirmam especialistas
Fonte: IEA USP
Workshop Verdejando: sociedade civil debate arborização da capital. A partir da esq.: subprefeito Oziel de Souza; secretário do Verde, Gilberto Natalini; jornalista Ananda Apple; professor Buckeridge e Ricardo Cardim |
Áreas cobertas com vegetação têm o potencial de
reduzir em até 20% o risco de mortalidade por câncer e doenças
respiratórias em relação a regiões sem vegetação, mostra artigo
recém-publicado na revista científica Environmental Health Perspective.
Num cenário de mudanças climáticas, a revegetação das grandes cidades
está na agenda do dia e foi com o objetivo de discutir “Que arborização
queremos para São Paulo?” que o Workshop Verdejando reuniu especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil no dia 17 abril, na antiga Sala do Conselho Universitário da USP.
Organizado pela Rede Globo em parceria com a Secretaria do Verde e
Meio Ambiente (SVMA) e o Programa USP Cidades Globais do IEA, o encontro
teve a moderação da jornalista Ananda Apple e do professor Marcos
Buckeridge, coordenador do USP Cidades Globais e presidente da Academia
de Ciências do Estado de São Paulo.
À esq.: professor Buckeridge e o botânico Ricardo Cardim. À dir.: Patrícia Iglecias, supervisora de Gestão Ambiental (SGA) da USP (ao fundo à esquerda, Paulo Saldiva, diretor do IEA, e à direita, o sanitarista Eduardo Jorge, ex-candidato do PV à Presidência) |
Na ocasião, o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, vereador Gilberto Natalini
(PV), anunciou a criação do Comitê Municipal de Arborização e falou da
implementação experimental de um sistema de gerenciamento por satélite
para a fiscalização das árvores da cidade. Também fez a promessa de que
não será mais permitido substituir o plantio de árvores pela construção
de jardins verticais, como ocorreu num polêmico Termo de Compromisso
Ambiental (TCA) assinado por uma construtora em 2015 com a Prefeitura
Municipal.
O líder do governo na Câmara Municipal de São Paulo, vereador Aurélio Nomura
(PSDB), defendeu a implementação de um plano diretor do verde para
efetivar políticas permanentes sobre plantio e cuidado com as árvores.
Disse também que irá levar ao prefeito João Dória Jr (PSDB) a proposta
de destinar parte do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
(IPVA) arrecadado pela Prefeitura para o investimento obrigatório em
áreas verdes. “Nada mais justo, pois são os carros os maiores
responsáveis pela emissão de material particulado”, disse Nomura.
O engenheiro agrônomo Joaquim Cavalcanti,
do Grupo Técnico sobre Normatização das Melhores Práticas de
Arborização Urbana da Prefeitura, defendeu a necessidade de um
inventário arbóreo e a capacitação humana para o trabalho de
reconhecimento e diagnóstico das espécies urbanas. “Poderíamos pensar
numa brigada de arboristas, com um grande envolvimento da sociedade
civil”, disse.
Os desafios operacionais são muitos, principalmente quanto à normas
regulamentadoras de segurança do trabalho e à capacitação do
profissional responsável pelas podas e manutenção, ressaltou Cavalcanti.
“A NR35 fala em andaimes, postes, prédios, mas não atende a quem
trabalha na altura fazendo podas. Da mesma forma, a NR12, sobre o
trabalho com motosserra, não abrange esse profissional”, observou.
Ações coordenadas para o plantio
O projeto Verdejando vem estimulando a importância do verde no
ambiente urbano, com a veiculação de reportagens inseridas nas
programações regionais da TV Globo e a promoção de oficinas de plantios e
a revitalização de praças e parques. O seminário na USP é mais uma
tentativa de buscar o engajamento e a sensibilização para o tema, disse
Ananda.
Árvores contribuem para minimizar a poluição do ar e reduzir as
amplitudes térmicas. Captam gás carbônico liberando oxigênio.
Proporcionam beleza visual, sombreamento e abrigo para a avifauna.
Contribuem assim para diminuir problemas respiratórios e melhorar a
qualidade de vida nas metrópoles.
Porém, a forma de plantar, quando, como, onde e o que plantar são
questões que precisam integrar uma ação coordenada, para que a
iniciativa possa otimizar os resultados, facilitar o manejo e
proporcionar o necessário controle fitossanitário das árvores, indicou o
secretário Natalini.
Polêmica sobre jardins verticais O assunto virou polêmica quando uma construtora desmatou 837 árvores em 2013 no bairro do Morumbi, incluindo espécies nativas, para construir prédios residenciais. A empresa ganhou a permissão de fazer um jardim vertical no Minhocão, região Central, em vez de plantar árvores. Porém, com a assinatura do secretário Natalini, a atual gestão municipal já utilizou parte do TCA daquela construtora também para fazer o “corredor verde” da Avenida 23 de Maio, implantado no local onde foram apagados os grafites da via. “Isso não acontecerá mais. Só pegamos o bonde andando e foi melhor fazer esse acordo do que entrar num litígio judicial”, garantiu Natalini. O secretário fez uma assinatura simbólica da criação do Comitê Municipal de Arborização e anunciou que o organismo será composto por oito membros do poder público – SVMA e prefeituras regionais – e oito da sociedade civil. A portaria sobre a criação do organismo foi publicada no diário oficial do município no dia 26 de abril. Terá como missão propor ações de plantio, conservação, articulação de ações integrando as iniciativas de plantio, além de organizar encontros técnicos para formação continuada de cidadãos interessados na temática. |
“Precisamos sair daqui com uma plataforma mínima
de entendimento e cooperação entre empresas, governos, organizações
não-governamentais e cidadãos para construirmos essa força política
social para plantar na cidade de São Paulo, mas de uma forma
coordenada”, disse Natalini.
Os três viveiros da capital – Manequinho Lopes, no parque do
Ibirapuera, Arthur Etzer, localizado no parque do Carmo, e Harry
Blossfel, no parque Cemucam, em Cotia – são responsáveis pelo
fornecimento de mudas para órgãos municipais que plantarem em áreas
públicas. Adicionalmente, o município vem recebendo mudas de empresas
que fizeram termos de ajuste de conduta ou termos de compromisso
ambiental para ter o direito de construir. Há também empresas que,
simplesmente, fazem doações de mudas.
“Portanto, o problema hoje não é falta de mudas. Precisamos, sim, de
mão de obra e locais para o plantio. A Secretaria está mapeando isso e
verificamos que cabem 10 mil mudas em parques. Há ainda vias públicas,
calçadas e clubes esportivos em condições de plantar”, disse Natalini.
O secretário lembrou que as pessoas plantam pouco em seus quintais
porque as legislações restringem ações de manejo, plantio ou mesmo
supressão de árvores em terrenos particulares. “Precisamos facilitar as
coisas para que as pessoas possam plantar e manejar árvores em seus
quintais. Não devemos ter esse tabu de que árvore não pode ser
suprimida. É a última medida, mas em algum momento pode ser necessário”,
disse.
Árvore por habitante
“Precisamos tirar as pessoas dos morros e áreas de risco, acabar com
as desigualdades e fornecer serviços básicos para a população pobre, que
será a mais atingida pelas mudanças climáticas globais. Mas não podemos
negar que as árvores possuem um papel muito importante num cenário de
aquecimento global nas grandes cidades. Elas tendem a influenciar a
distribuição da umidade do ar e pode ser que haja uma relação com
enchentes, tema que nosso grupo também está estudando”, disse o
professor Buckeridge.
O professor divulgou dados do estudo “Árvores urbanas em São Paulo: planejamento, economia e água”,
que ele publicou na Revista Estudos Avançados volume 29, número 84,
mostrando que as zonas Central e Leste da capital apresentam os menores
índices de árvore viária por habitante. “Esse mapeamento já pode servir
de guia para o planejamento de ações iniciais de plantio”, apontou.
Prefeito regional de Cidade Tiradentes, o sociólogo Oziel de Souza
chamou a região de “selva de pedras” e disse que um dos objetivos à
frente da gestão local é arborizar o bairro, desmatado para a construção
de casas populares. A meta é chegar até o final do ano com o plantio de
10 mil mudas, disse Souza.
Ao contrário de Cidade Tiradentes, em vez de demandas sociais e de
plantio, a regional de Vila Mariana, zona Sul de São Paulo, enfrenta
desafios com manutenção da alta densidade arbórea. “Num único dia de
ventania, perdemos cerca de 300 árvores no ano passado. Muito disso se
deve às raízes enfraquecidas pelas intervenções nas calçadas que sufocam
o caule e as raízes”, disse o prefeito regional, jornalista Benedito Mascarenhas Louzeiro, responsável pelos bairros de Moema, Saúde e Vila Mariana.
Segundo Louzeiro, há muito desgaste na relação entre moradores e a
subprefeitura e desta com a Eletropaulo, por conta da responsabilização
pela queda das árvores na região. “No que se refere a podas, retirada de
galhos e fiação, a subprefeitura de vila Mariana é a que mais emite
multas para a Eletropaulo por descumprimento da legislação. Estamos com a
proposta de um projeto piloto de manejo envolvendo as ruas Tangará,
Joaquim Távora, Humberto Primo e Bagé, para mapear a cuidar das
árvores”, disse.
Roçadeiras e muretas
Acima, muretas obstruindo canteiros e o anelamento do caule causado por roçadeiras são equívocos que sufocam raízes e matam as mudas. Abaixo, a proteção do tronco com cano PVC e matéria orgânica, mostra Cardim. |
Autor de pesquisas que serviram de base para a
criação das três primeiras reservas públicas naturais de Cerrado na
cidade de São Paulo, o botânico e ativista Ricardo Cardim
apontou os maiores erros na arborização e manutenção de parques e
jardins, que resultam nas quedas e problemas fitossanitários das árvores
na metrópole.
“É preocupante a mania de obstruir os canteiros das árvores urbanas
com muretas e caixotes cimentados construídos no entorno do tronco”, diz
Cardim. Segundo o botânico, essa prática impede a entrada de água e
nutrientes e enfraquece as raízes, sendo uma das principais causas de
quedas de árvores na capital.
“Poderíamos pensar num mutirão para transformar esse cenário. Tão
importante quanto plantar um milhão de árvores no município é
desobstruir 500 mil delas. Assim nós as ajudamos a permanecer de pé e
proporcionando serviços ambientais”, disse.
Outra prioridade é acabar com o anelamento causado por roçadeiras
durante as podas de grama. “Em geral falta treinamento aos prestadores
desse serviço e eles acabam machucando a base do tronco ao cortar a
grama. Essa é a verdadeira causa da mortalidade das mudas, e não o
vandalismo, como se pensa”, afirma Cardim.
A solução para acabar com o anelamento do tronco é proteger o colo da
arvore, seja com matéria orgânica e pedras ou mesmo com cano PVC no
entorno, ou as duas coisas, aponta. “Precisamos criar um trabalho de
educação muito consistente para as pessoas entenderem que essas práticas
são prejudiciais”, disse.
Espécies nativas e padrão de mudas
Canelas, jacarandá do campo, cambuci, cedro rosa, ingá, araçá,
cambuatã, jacatirão-cabuçu, araucária, figueira brava, guatambu,
açoita-cavalo e copaíba são algumas das espécies de Mata Atlântica que
deveriam compor a paisagem de parques, praças e ruas, defendeu o
botânico e ativista Ricardo Cardim.
Uso de espécies exóticas e poda paisagística: práticas criticadas por participantes do encontro |
A “monocultura” de sibipirunas, paus-ferro e
mirindibas, espécies exóticas da moda que praticamente dominam a atual
paisagem urbana, traz menos serviços ambientais e menos benefícios para a
avifauna nativa, justifica Cardim.
“Concordo que deveríamos ter mais árvores de espécies nativas nas
cidades. Mas o problema é que não conhecemos o comportamento de muitas
delas e que tipo de doenças podem ter ao longo do tempo. Quanto maior a
diversidade, maiores as dificuldades. Então estamos estudando essa
questão para poder passar nosso conhecimento para o poder público e para
os ativistas realizarem melhor sua tarefa”, disse o professor
Buckeridge.
Cardim observa que as mudas entregues para plantio por empresas que
cumprem termos de ajuste de conduta ou de compromisso ou de compensação
ambiental deveriam respeitar uma variabilidade de espécies e determinado
padrão de qualidade para as mudas.
“Antigamente as mudas eram entregues com copa e atendiam a um tamanho
mínimo. Já chegavam trazendo serviço ambiental. Hoje são entregues
mudas mínimas, quase que gravetos fadados à morte”, compara.
Para enfrentar esse problema, seria necessário dar uma pontuação para
a qualidade das mudas entregues pelas empresas, seja por critérios de
variabilidade e importância biológica ou pela qualidade geral da planta,
defende.
“Será que o padrão Depave atende a todas as situações de plantio na
cidade de São Paulo? Precisamos repensar isso”, afirma Cardim,
referindo-se às normas do Departamento de Parques e Áreas Verdes
(Depave) da Prefeitura Municipal, que regula o padrão de mudas para
plantio na capital, por meio da Portaria 85/10 da SVMA.
Cardim aproveitou para divulgar as ações da Floresta de Bolso,
técnica desenvolvida por ele e que consiste em concentrar grande
biodiversidade e massa arbórea numa pequena área, transformando terrenos
e trechos abandonados em espaços de preservação de matas nativas. As
iniciativas de plantio são abertas ao público e divulgadas em uma página do Facebook.
O ator Vitor Fasano, também presente no encontro, lembrou importância
dos quintais frutíferos para a avifauna e a necessidade de educação
ambiental tanto para particulares que queiram plantar, quanto para os
prestadores de serviços de jardinagem. Defendeu a ideia de um paisagismo
urbano baseado em árvores nativas apropriadas ao embelezamento de
grandes avenidas.
Em vez de espécies nativas, condomínios e praças se valem de um
“paisagismo repetitivo” da moda, baseado em plantas chinesas, africanas,
asiáticas e japonesas, disse Ananda Apple. As mais utilizadas são a
falsa murta, o podocarpo, o buchinho, a areca e a palmeira azul, que são
desconfiguradas pelas empresas de jardinagem para “formar um pretenso
jardim escultural”, observou a jornalista.
RelacionadoVídeo 1Vídeo 2 Vídeo 3 Vídeo 4 Fotos |
---|
Critérios técnicos e monitoramento
Podas irregulares, protocolos de segurança no trabalho e monitoramento das condições fitossanitárias foram apontados como medidas urgentes para a conservação das árvores urbanas |
A superintendente de Gestão Ambiental (SGA) da USP e ex-secretária de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Patricia Iglecias,
uma das debatedoras do encontro, destacou a necessidade de fazer uma
revisão da legislação de plantio e manejo das árvores urbanas, inclusive
no regramento das compensações ambientais. “No âmbito do Estado há o
conceito de restauração que inclui critérios para o plantio e para a
manutenção. Acredito que debater critérios técnicos de plantio e
manutenção das árvores urbanas é muito importante nesse momento”, disse
Iglecias.
Para a professora, é importante “pensar numa política de educação
ambiental da sociedade e incluir no debate temas da agenda internacional
de sustentabilidade, sem perder de vista o que queremos com a
arborização de São Paulo”, disse.
Além de Iglecias, participaram como debatedores o professor Fabio
Kohn, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) e Internet do
Futuro para Cidades Inteligentes (INCT); Jorge Belix de Campos, da
Associação Mata Ciliar, e Juliana Gatti, do Instituto Árvores Vivas.
Kohn mencionou as iniciativas do projeto Cidades Inteligentes, que
está pesquisando tecnologias inovadoras como a internet das coisas para
criar modelos de sensores capazes de monitorar a vida e a saúde das
árvores. Sugeriu também a criação de cursos online visando orientar
sobre o plantio, além de aplicativos que auxiliem na gestão e manutenção
das diversas espécies.
Segundo Natalini, a SVMA está em tratativas com uma empresa americana
para avaliar a possibilidade de instalar um sistema via satélite capaz
de dar a posição, a situação de poda e as condições fitossanitárias das
árvores. “É como um Big Brother que vale por mil fiscais e já compramos
um piloto por R$ 300 mil para monitorar parte da vegetação urbana. É uma
forma mais fácil e barata, baseada em tecnologia da informação, que
pode fornecer dados com alta precisão. Estamos fortemente propensos a
comprar esse sistema”, disse o secretário.
Nik Sabey, da iniciativa Novas Árvores por Aí,
falou das ações coletivas para o plantio de espécies nativas, entre
elas, araucária, palmito juçara, cambuci e outras. “Há muitas idéias que
podem ser aplicadas para deixar a cidade mais permeável e mais verde.
Nova York já enxerga a arborização como medida de saúde pública”,
ressaltou.
Imagens:
1: reprodução; 2 e 3: Marcos Santos/Jornal da USP; 4: Luiz Guadagnoli/SECOM/Fotos Públicas; 5 a 11: reprodução
1: reprodução; 2 e 3: Marcos Santos/Jornal da USP; 4: Luiz Guadagnoli/SECOM/Fotos Públicas; 5 a 11: reprodução
Redação Jornal Correio Riograndense
Poderá também gostar de:
Nenhum comentário:
Postar um comentário