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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Árvores revelam evolução da poluição ambiental em São Paulo - ecycle

Pesquisadores da USP e da Unicamp constatam, por meio de análises químicas da tipuana, diminuição nos níveis de poluição por metais pesados na zona oeste da cidade

Tipuana na Cidade Universitária
Imagem: Tipuanas na Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste de São Paulo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ao caminhar ou trafegar pelas vias mais arborizadas de São Paulo há uma grande chance de avistar ou passar ao lado de uma tipuana (Tipuana tipu), árvore de porte avantajado e com copa ampla e densa, a mais comum na cidade.
Originária da Bolívia, a tipuana começou a ser plantada em São Paulo na primeira metade do século XX. Além de prover sombra e uma série de outros benefícios ambientais, ela também pode revelar a evolução da poluição na cidade.
Pesquisadores do Instituto de Biociências e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), têm utilizado a tipuana como marcadora dos níveis de poluição da cidade por metais pesados e outros elementos químicos.
Ao analisar a composição química dos anéis de crescimento – círculos concêntricos na parte interna do tronco – e de cascas de exemplares da árvore na capital paulista, os pesquisadores constataram redução na poluição por cádmio, cobre, níquel e chumbo na zona oeste de São Paulo nos últimos 30 anos.



Com resultados publicados na revista Environmental Pollution, os pesquisadores do IB e da FMUSP começaram a avaliar nos últimos anos a possibilidade de analisar a composição química das cascas e dos anéis de crescimento de árvores a fim de reconstituir os níveis de poluição ambiental de São Paulo no longo prazo. Para isso, três espécies de árvores mais comuns na cidade foram selecionadas: o alfeneiro (Ligustrum sp), a sibipiruna (Caesalpinia pluviosa) e a tipuana.
Essa última, que foi introduzida em São Paulo principalmente pela Companhia City – responsável pela criação de bairros planejados e arborizados na cidade, como o Jardim Europa, Pacaembu e Alto de Pinheiros –, revelou-se a melhor para realizar estudos nessa área, denominada dendroquímica.
“A tipuana se mostrou a melhor espécie de árvore para fazermos análises químicas tanto de seus anéis de crescimento anual como das cascas para avaliar a poluição ambiental da cidade”, disse Giuliano Maselli Locosselli, pós-doutorando no IB-USP e primeiro autor do estudo, à Agência FAPESP.
A árvore, que é uma das que mais caem em São Paulo e por isso começou a ser substituída por espécies nativas, absorve pelas raízes elementos químicos, como metais pesados, presentes na atmosfera e carreados para o solo pela água das chuvas. Esses compostos são transportados junto com a seiva pelos vasos da planta e ficam armazenados em sua madeira, nos anéis de crescimento, à medida que ela cresce.

Cada um desse anéis representa um ano de vida da planta, sendo os maiores os mais recentes e os menores (mais internos) os mais antigos. Ao analisar a composição química, pode-se medir a concentração de metais pesados no solo de um determinado ambiente no ano em que o anel foi formado. E, ao comparar as concentrações dos anéis, avaliar como a presença desses elementos químicos variou em uma escala de décadas.
“Se uma árvore tem 50 anos, por exemplo, ela contará a história da poluição na cidade nesse período”, disse Locosselli. Já as cascas da tipuana permitem avaliar a concentração de elementos químicos presentes na atmosfera e que se depositaram passivamente nessa parte externa do tronco da árvore.
Ao medir a concentração de elementos químicos – como metais pesados – de amostras de cascas de diversas árvores espalhadas por São Paulo, por exemplo, consegue-se avaliar a variação espacial desses elementos químicos na atmosfera da cidade em escala de anos.
“Como a casca é uma parte mais simples de se obter da planta do que os anéis de crescimento anual e o custo das análises químicas delas também é menor, é possível analisar as cascas de diversas árvores e cobrir uma grande área. Isso permite ver como a poluição por metais pesados e outros elementos químicos se distribui por toda a cidade”, disse Locosselli.


Diminuição da concentração

Os pesquisadores realizaram um estudo inicial em que analisaram a distribuição de cádmio, cobre, mercúrio, níquel, sódio, chumbo e zinco em anéis de duas espécimes de tipuana plantadas no jardim da Faculdade de Medicina da USP, situada na zona oeste da cidade. O objetivo do estudo foi avaliar as mudanças temporais nos níveis de poluição por metais pesados nessa região da cidade.
Para obter amostras dos anéis de crescimento anual das duas árvores, com 35 anos de idade, foi usada uma sonda Pressler, também conhecida como trado de incremento. O instrumento, semelhante à broca de uma furadeira, mas com o interior oco, é capaz de extrair uma amostra cilíndrica do interior da árvore, que mostra todos seus anéis de crescimento anual, da casca até o centro da planta, sem prejudicá-la. “É como se fosse uma biópsia da árvore”, disse Locosselli.
As amostras, de 15 milímetros, dos anéis de crescimento anual das árvores foram encaminhadas para o professor Marco Aurelio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp. Por meio de uma técnica, chamada ablação a laser acoplada a espectrometria de massas, foi possível escanear e gerar imagens das amostras a partir de um software e analisar a distribuição dos elementos químicos nos anéis de crescimento anual das árvores.
A partir dessas imagens, os pesquisadores definiram quais eram as células de interesse e fizeram análises contínuas de todos os anéis de crescimento anual para determinar as concentrações dos elementos químicos em cada ano de vida das plantas.

As análises dos dados indicaram que houve redução da poluição por cádmio, cobre, níquel e chumbo nas últimas três décadas na região onde estão situadas as espécimes de tipuana analisadas. A redução dos níveis de sódio e zinco foi menos significativa.
“A diminuição dos níveis de chumbo pode ser atribuída à eliminação gradual desse elemento químico na composição da gasolina, enquanto a tendência decrescente da poluição por cádmio, cobre e níquel provavelmente está relacionada ao aumento da eficiência dos veículos e à desindustrialização de São Paulo”, disse Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências da USP e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP.
O chumbo tetraetila era usado na composição da gasolina comum como aditivo com o intuito de melhorar o desempenho do motor dos automóveis abastecidos com o combustível e reduzir seu desgaste. A utilização do composto liberava chumbo na fumaça do escapamento dos veículos – o que gerava diversos efeitos danosos à saúde e fez com que o Brasil proibisse o chumbo tetraetila de ser adicionado à gasolina nos veículos terrestres no país a partir de 1988.
Já as maiores fontes de cádmio são a indústria eletroeletrônica, além de pigmentos de esmaltes, tintas têxteis, baterias, fotografia, litografia e pirotecnia, fabricação de plásticos, de semicondutores, células solares, queima de combustível, lixo urbano, tratamento da borracha e galvanoplastia. Por sua vez, o cobre tem como principais fontes de emissão as queimas de resíduos urbanos e industriais, fundições de ligas metálicas e pesticidas.
“Como São Paulo tem passado por um período de desindustrialização há algumas décadas, diminuiu a emissão desses elementos químicos. Com isso ocorreu uma redução na concentração desses metais em São Paulo”, disse Locosselli.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Árvores capturam 50% das partículas da poluição do ar, diz estudo!!

 

Pesquisadores da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, descobriram que as folhas das árvores podem capturar mais de 50% da poluição.


As folhas das árvores podem capturar mais de 50% do material particulado, o principal componente da poluição urbana. Essa foi a conclusão de uma equipe de cientistas que plantou uma sequência de árvores na frente de algumas casas.

Em ambientes urbanos, essas partículas vêm principalmente da exaustão do carro, do desgaste da pastilha de freio e da poeira da estrada. Esse material pode conter metais, como ferro e chumbo. As partículas são pequenas o suficiente para as pessoas as inalarem. Também podem exacerbar doenças do coração, asma, e outras condições de saúde.

Sabendo dos riscos, Barbara A. Maher e seus colegas da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, fizeram uma pesquisa na tentativa de descobrir como as árvores capturam essas partículas para, eventualmente, tirar proveito dessa ferramenta natural para mitigar a poluição.

Os pesquisadores fizeram um experimento em uma rua movimentada da cidade, sem árvores. Rastrearam a quantidade de poeira e de partículas que entravam pelas casas. Coletaram dados sobre os tamanhos e as concentrações de partículas a cada 10 minutos durante cinco dias. Lenços umedecidos também recolheram a poeira de telas de LED ou de plasma no interior das casas.

Depois, a equipe colocou algumas plantas e árvores jovens na frente de algumas casas por 13 dias, formando uma espécie de tela verde em frente às residência. O resultado mostrou que aquelas com árvores tinham concentrações de 52% a 65% mais baixas de partículas metálicas de todos os tamanhos.

Um exame feito com um microscópio eletrônico confirmou que as superfícies das folhas prenderam as partículas metálicas. Como as partículas medidas no interior das casas, essas partículas são, provavelmente, o produto de combustão e desgaste de freio dos veículos que passam. 

sábado, 10 de novembro de 2018

Presença de árvores reduz casos de câncer de pulmão em idosos. Jornal da USP


Estudo observou a relação entre arborização, material particulado e casos de câncer de pulmão em São Paulo
Por  - Editorias: Ciências Ambientais - URL Curta: jornal.usp.br/?p=130269





Árvores diminuem a quantidade de material particulado no ar pois agem como filtros de captação e absorção – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Pesquisas feitas no exterior já têm mostrado como as árvores urbanas afetam a qualidade do ar. Um estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, por exemplo, concluiu que prédios cobertos por plantas poderiam diminuir em até 30% a poluição de uma cidade.
Agora a bióloga Bruna Lara de Arantes mostra, em seu mestrado, defendido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, a relação entre arborização, material particulado e casos de câncer de pulmão em idosos na cidade de São Paulo.
O estudo aponta que a presença de árvores diminui a quantidade de material particulado no ar. Em consequência disso, foi observada também uma redução nos casos de doenças respiratórias.
Para chegar a esse resultado, a pesquisadora cruzou dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), através de um convênio firmado com a professora Thaís Mauad e a médica Tiana Lopes.
Regiões mais centrais da cidade são mais ocupadas por construções, enquanto que regiões mais afastadas têm mais árvores – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“Basicamente nós escolhemos as estações de monitoramento do ar da Cetesb que estavam medindo material particulado em 2010”, explica Bruna. “O material particulado é um dos poluentes que mais afetam a respiração humana e também um dos mais absorvidos pelas plantas. Isso acontece porque ele tem um tamanho microscópico, de 10 microgramas por centímetro cúbico (µg/cm³), o que permite que ele passe pela nossa respiração sem ser filtrado.”
Além dos dados coletados pela Cetesb, Bruna passou a analisar como o entorno das estações de monitoramento é ocupado. Verificou se havia mais asfalto, construções, árvores ou gramado, identificando as espécies de plantas que habitam um raio de 100 metros da estação.
Em seguida, Bruna usou programas estatísticos para observar como as mortes por câncer de pulmão em idosos estavam distribuídas pela cidade e se tinham alguma relação com os dados atmosféricos encontrados pela Cetesb.

Mortes pela poluição

“Os dados apontam que a forma como você ocupa o solo na cidade influencia em 17% os casos de morte por câncer de pulmão em idosos”, afirma Bruna. Outros fatores de risco que devem ser considerados são a genética e o estilo de vida dos idosos.
O estudo também encontrou uma relação entre a ocupação da cidade por relvado ou asfalto e a região no município. Regiões mais centrais são mais ocupadas por construções, enquanto que regiões mais afastadas têm mais árvores. “Esse padrão já era observado na literatura da área, mas não havia dados quantitativos como os desta pesquisa”, ressalta.
O material particulado é um dos poluentes que mais afetam a respiração humana e também um dos mais absorvidos pelas plantas – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Com os dados, foi possível concluir também que quanto mais afastado do centro da cidade e quanto maior for a quantidade de plantas no local, menos casos de câncer de pulmão são encontrados. “A saúde dessa população é favorecida”, pontua Bruna.
Ainda sim, a pesquisadora lembra que, pelo caráter exploratório da pesquisa, são necessários novos estudos sobre o assunto para afirmações mais concretas.
Segundo uma pesquisa publicada pela revista The Lancet, a poluição do ar foi responsável por mais de 70 mil mortes no Brasil.

Soluções

Além da importância acadêmica, o estudo também é de interesse da gestão pública. “Esses dados nos trazem evidências que, ao aumentar as áreas urbanas de gramados e árvores, há uma diminuição significativa da poluição do ar por material particulado”, defende a pesquisadora.
O estudo encontrou uma relação entre a ocupação da cidade por relvado ou asfalto e a região no município – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Segundo o estudo, o aumento de 1% de gramado na cidade é capaz de diminuir 0.45 μg/cm³ de material particulado. Já o aumento de um metro quadrado de copa de árvore reduz 0.29 μg/cm³.
“A ação dos gramados está relacionada à possibilidade de maior circulação do ar, levando em conta que essas partículas são muito leves e facilmente dispersas”, explica. “Já as árvores agem como filtros de captação e absorção.”
A bióloga ainda destaca que regiões com muitas construções verticais ou bosques fechados podem ter pouca ventilação. Nesse caso, é interessante a substituição de prédios inutilizados pela construção de áreas de gramado, como parques, jardins e canteiros.
Mais informações: Bruna Lara de Arantes, e-mail blarantes@usp.br

domingo, 26 de novembro de 2017

Floresta de Ipês - Momento Ambiental em Brasília




Na época mais seca do ano, os moradores de Brasília assistem a uma explosão de ipês. As espécies se revezam e florescem em momento diferentes. O espetáculo acontece há, pelo menos, 30 anos. Em todo o Distrito Federal, cerca de 600 mil ipês deixam as ruas e praças coloridas. Quer entender como a natureza faz essa mágica?

sexta-feira, 3 de março de 2017

Os líquens, indicadores da qualidade do ar


Em meio à floresta e sua diversidade natural, observamos que algumas arvores tinham algumas “manchas” vermelhas vem acentuadas.

Estas “manchas” são chamadas de LIQUENS, que são seres vivos muito simples que constituem uma simbiose de um organismo formado por um fungo e uma alga, geralmente se proliferam nos substractos mais variados: sobre rochas, solo, casca das árvores e madeira. São seres pioneiros nas rochas nuas, dos solos de florestas queimadas e de escoadas vulcânicas.

Porém um dos fares mais curiosos e que Olhamos os liquens vermelhos, podemos perceber que estamos em um local onde a predominância de ar puro e muito forte no local.

Os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.

Portanto quando você for a uma floresta e identificar uma mancha vermelha conforme a foto postada, pode ter certeza que você esta em um local onde há ar puro, mas lembre nunca os toque, porque são muito sensíveis e morrem facilmente.



segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...