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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Os tipos de mel e suas propriedades medicinais especificas

Fonte:http://naturalsaudeebeleza.blogspot.com.br/2012/08/os-tipos-de-mel-e-suas-propriedades.html


É importante saber, que as abelhas não escolhem a flor a ser visitada, e que um mel classificado como de uma florada (macieira, por exemplo) é produzido por causa da presença de maior quantidade e oferta de uma flor de planta mais marcante e proeminente numa região.

Podemos concluir que qualquer mel é quase multifloral, mas com maior concentração da florada mais abundante na região (até um raio de10 quilômetros em torno das colmeias).

De flores silvestres – é um mel multifloral mencionado, resultante da mistura do néctar colhido de diversas flores dos campos, matas ou florestas. Pode ser produzido por abelhas silvestres também, como a jataí, a urussú, mas é um mel mais escuro, mais líquido e menos viscoso. 

O mel silvestre produzido pelas abelhas europeias ou africanizadas é dourado, mais denso, e tem o sabor tradicional suave. É muito rico em sais minerais, usado como tônico e fortificante para crianças, adultos e idosos. É peitoral, auxilia no tratamento popular do reumatismo e da artrite.

Da cana-de-açúcar – diferentemente dos demais desta lista, não é mel de flores, mas elaborado a partir da seiva da cana dos canaviais queimados ou cortados. Tem valor nutritivo superior ao melado. É muito escuro e pouco viscoso, com forte aroma de rapadura. 

Muito rico em ferro, colabora na formação óssea das crianças, é recomendado para idosos por ter propriedades antianêmicas, fortificantes, anti-raquitismo e contra reumatismo e artrite.

Da flor da acácia – é o mel mais rico em frutose.

Da flor da bracatinga – característico por ser escuro e ter gosto amargo. Age no fígado, vesícula, estômago e intestinos. É um vermífugo, recomendado para problemas circulatórios e hipoglicemia.

Da flor de carqueja – mel um tanto amargo, recomendado para cálculos biliares, doenças do fígado, bexiga e rins. Além de anemia, má circulação do sangue, inflamação das vias urinárias e vermes intestinais. Digestivo e tônico do estômago.

Da flor de caju – é conhecido tradicionalmente como afrodisíaco e tônico, usado popularmente contra cólicas intestinais e eczemas. É rico em anacardina, o princípio ativo do cajueiro.

Da flor do alecrim do campo – mel energético, com ação no aparelho digestivo, contra gases intestinais, distúrbios nervosos e cardiovasculares em geral.

Da flor do angico – é um mel tônico, recomendado para o raquitismo, agindo também como peitoral e emoliente nas vias respiratórias, tosses catarrais, afecções pulmonares, bronquite, faringite, asma, com ação fortemente expectorante. Além disso, é adstringente, indicado na diarreia e nas disenterias. Popularmente é muito aplicado externamente em feridas e úlceras.

Da flor do assa-peixe – um mel bem claro e suave. Utilizado tradicionalmente na medicina popular como depurativo do sangue e tônico geral. Um remédio popular muito famoso no combate à gripe e tosse seca, pois é um bom expectorante. Participa na fórmula de muitos xaropes. Aplicado também nas doenças das vias urinárias, contra cálculos renais, sendo ligeiramente diurético. Recomendado para queimaduras, picadas de inseto e doenças da pele.

Da flor do cambará-do-campo – um mel consagrado popularmente e tradicional na medicina popular para afecções do aparelho respiratório, como gripe, tosse em geral, coqueluche, laringite, rouquidão. Muito eficaz como coadjuvante nos casos de crises de asma. Também contra a úlcera gástrica.

Da flor do capixingui – muito recomendado para os casos de gastrite e úlceras pépticas. Tem leve efeito diurético e tônico.

Da flor do cipó-uva – mel famoso por ser desintoxicante do fígado e estimulante da secreção biliar. Aplicado para proteção do fígado nos casos de alcoolismo, na cirrose hepática e hepatite, além de proteger contra os demais efeitos do excesso do álcool.

Da flor do dente-de-leão – um famoso mel, levemente amargo, regulador das funções hepáticas e das secreções biliares. Recomendado no cálculo biliar, nas doenças do fígado, principalmente hepatite e cirrose. Também um tônico estomacal e digestivo.

Da flor da erva-cidreira (melissa) – um mel suave, aromático, perfumado, de grande efeito sedativo sobre o sistema nervoso e digestivo. Recomendado para pessoas nervosas, de digestão lenta e difícil, e nos casos de insônia.

Da flor do eucalipto – é rico em eucaliptina, o principio ativo do eucalipto. Um mel escuro, e sabor forte pela alta concentração de ferro, cálcio, enxofre e magnésio, e de fácil cristalização. Utilizado na medicina popular como expectorante, descongestionante e dilatador de brônquios, sendo eficaz na desobstrução do catarro acumulado. 

Combate a tosse, nos casos de gripe, resfriados, asma, asma cardíaca, bronquite, coqueluche. Útil na coriza, sinusite e nas rinites alérgicas. Um recurso popular no tratamento da tuberculose, pois é tônico popular. Tem aplicação também cistite, catarro da bexiga, febres em geral, maleita, nefrite e inflamação da garganta.

Da flor do girassol – muito rico em fósforo. É um mel dourado que adquire uma tonalidade âmbar-claro e, por vezes, esverdeado ao cristalizar. Muito indicado como tônico cerebral, sendo excelente para estudantes e para fortalecer as atividades intelectuais, indicado no cansaço mental e também físico. Combate o excesso de colesterol se utilizado regularmente.

Da flor de hortelã – raramente é um mel monofloral, mas se houver vasta plantação de hortelã numa região e na época da florada, e as abelhas colherem bastante néctar das flores dessa planta medicinal, o mel adquire um sabor típico de menta. Nesse caso, o mel é recomendado como digestivo, fadiga e as verminoses em geral.

Da flor da laranjeira – um dos méis mais consagrados na medicina popular, tido por muitos como o melhor, mais saboroso e aromático. Tem cor clara e dourada. É um famoso regulador das funções intestinais, com ação laxante. É antiespasmódico e calmante, com recomendação antiga na insônia, aplicado também nas palpitações cardíacas.

Da flor da macieira – um mel amarelo-claro, suave, de perfume delicado e de gosto delicioso, pois assimila as propriedades da maçã. Anti-reumático por excelência, atua nas doenças nervosas como sedativo. Um auxiliar contras a obesidade, em pequenas quantidades como adoçante.

Da flor do marmeleiro – é oriundo da flor da arvore chamada marmeleiro, não da fruta. Um mel de sabor muito agradável, claro, aromático. Regulador dos intestinos e tônico digestivo. Auxilia na prisão de ventre crônica. Muito famoso por suas aplicações nos casos de desidratação. Combate a enxaqueca crônica.

Da flor do trigo sarraceno – um mel mais raro, rico em cálcio e ferro. Usado como fortificante contra a anemia e raquitismo. Por ser alcalino, tem aplicação no excesso de acidez estomacal.

Da flor de vassourinha – regulador da menstruação, além de auxiliar no tratamento de hemorroidas e varizes. É tônico circulatório.
Os mais gostosos – em termos de sabor, os tipos de mel eleitos como os mais saborosos provêm do trigo-serraceno, das flores de frutas cítricas, como a laranjeira, e de flores de framboesa.

Créditos: livro “Mel – Uma vida doce e Saudável” do Dr. Marcio Bontempo (é médico homeopata, especialista em saúde publica, presidente da Federação brasileira de Medicina Tradicional)

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Ora Pro Nobis e o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo

Resultado de imagem para ora pro nobisSistema de produção facilita o cultivo de ora-pro-nóbis para agricultores familiares

Pequenos produtores brasileiros já podem contar com um sistema de produção próprio para ora-pro-nóbis, que traz facilidade nos tratos culturais e permite uma colheita escalonada ao longo do tempo. A proposta do sistema é fazer o plantio adensado – para garantir maior produtividade por área – e programar colheitas sucessivas para manter controlada a arquitetura da planta e evitar emaranhados de galhos e espinhos. Os experimentos foram conduzidos nos campos da Embrapa Hortaliças, em Brasília (DF).
Com o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo, surgiu um nicho de mercado e, para viabilizar a oferta do produto, foi validado o sistema de plantio adensado – até cinco mil plantas por hectare – com colheitas sucessivas que permite a condução dessa espécie de forma mais simples e eficaz pelo produtor rural. O espaçamento praticado anteriormente resultava em cerca de 1.250 plantas por hectare. Outra vantagem do novo sistema é que ele dispensa a necessidade de tutoramento da planta para colheita das folhas, já que prevê a poda de hastes.
“A ora-pro-nóbis é muito rústica e com bom potencial produtivo, que se apresenta como uma opção de diversificação de renda e de cultivo especialmente para o agricultor familiar, já que a produção em larga escala é dificultada pelas próprias características da planta, que exige intensa mão de obra”, sugere o pesquisador Nuno Madeira.
Por ser uma planta da família dos cactos, a ora-pro-nóbis cresce como um arbusto, com espinhos agudos distribuídos ao longo dos caules e ramos, o que dificulta o manuseio pelos agricultores. “No geral, os produtores não consideram estabelecer lavouras de ora-pro-nóbis pela dificuldade de lidar com a planta espinhosa”, contextualiza o pesquisador, ao comentar que a planta, apesar de muito nutritiva, costuma ser utilizada somente como cerca-viva ou, em regiões específicas, como ingrediente de receitas tradicionais em cidades históricas de Minas Gerais, como Diamantina, Tiradentes e Sabará.
Também conhecida por lobrobó ou pereskia, a ora-pro-nóbis é considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC) e apresenta um relevante teor de proteína – trata-se de um alimento de origem vegetal com cerca de três gramas de proteína a cada 100 gramas de folhas. “Embora esse valor seja equivalente em outras hortaliças como rúcula e agrião e também em folhas de coloração verde-escura, a qualidade da proteína da ora-pro-nóbis é melhor porque apresenta mais complexidade e aminoácidos essenciais, ou seja, tem maior valor biológico para o organismo porque contém aminoácidos essenciais em quantidade e proporções adequadas”, explica a pesquisadora Neide Botrel.Resultado de imagem para ora pro nobis
Colheitas sucessivas
A ora-pro-nóbis pode atingir até quatro metros de altura, por isso, as colheitas sucessivas, a cada seis ou dez semanas, dependendo das condições climáticas, funcionam como podas que, além de facilitar o manejo da planta espinhosa e garantir ergonomia para o produtor, estimulam o desenvolvimento vegetativo e a produção comercial de folhas.
Segundo cálculos feitos nos experimentos, a produção pode atingir até dois quilos de folhas por planta a cada corte, com quatro a oito cortes anuais – o que equivale de 20 a 40 toneladas por hectare ao ano. Madeira destaca que a planta pode se manter produtiva por até dez anos, mesmo com pressão por alta produtividade, desde que sejam feitas adubações periódicas com matéria orgânica.
Além da parte agronômica, a pesquisa também obteve resultados na área de pós-colheita, com testes que indicaram a condição ideal para prolongar a vida útil das folhas de ora-pro-nóbis. De acordo com Neide, quando embaladas em bandejas de isopor com filme de plástico e armazenadas à temperatura de 10ºC, as folhas mantêm a qualidade por até 15 dias.
Matéria-prima para a indústria alimentícia
Se reside em Minas Gerais toda a tradição da receita de frango ensopado com as folhas suculentas de ora-pro-nóbis, nos demais estados do Brasil essa hortaliça ainda é pouco explorada na agricultura e na culinária, seja na forma fresca ou processada. Contudo, uma parceria firmada entre a Embrapa Hortaliças e a empresa Proteios, da área de nutrição funcional, pretende mudar esse cenário.
A partir do sistema de produção validado pela pesquisa, agricultores familiares da região do Município de Palmeira, distante 80 km de Curitiba, capital do Paraná, iniciaram o cultivo da hortaliça para oferecer à empresa, que fabrica um produto denominado Complemento Nutricional Funcional (CNF), uma proteína vegetal em pó composta basicamente por folhas de ora-pro-nóbis. Esse produto é uma espécie de farinha utilizada para enriquecer bebidas e alimentos como pães, massas e barras de cereais. O destaque da composição nutricional é a elevada concentração de proteína, que gira em torno de 28% da matéria seca.
“O trabalho tem apresentado bons resultados porque a produção está integrada com a indústria e próxima da fábrica processadora”, comenta Madeira. Ele destaca que, atualmente, há cerca de 50 produtores iniciando a colheita em, pelo menos, oito municípios do Paraná e Santa Catarina. “O maior desafio é ganhar escala para suprir a demanda da indústria, mas há potencial para alcançarmos até 400 produtores, sendo um hectare por família com a ora-pro-nóbis entrando como alternativa de diversificação de renda, mas também como garantia de segurança alimentar”, analisa.
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A grande maioria desses produtores cultiva fumo e, além do histórico de vender para a indústria em sistema de produção contratada, eles também possuem experiência com o processo de secagem das folhas em estufas para desidratação. No sistema de produção validado pela Embrapa, a projeção de rendimento é de até R$ 3 mil mensais por hectare cultivado, no caso da folha verde. Na proporção, oito quilos de folhas verdes rendem um quilo de folhas desidratadas. Nesse caso, investir em equipamentos de secagem é vantajoso porque a empresa paga até R$ 18 por quilo de folha seca, enquanto a folha verde rende somente 8% desse valor – cerca de R$ 1,50 por quilo.
No que se refere à segurança alimentar, tem-se recomendado fazer a poda apical ou “quebra da ponta” dez dias antes da colheita da haste para consumo dos próprios agricultores. “Essa prática, além de ofertar um alimento nutritivo para o produtor, permite um maior rendimento das folhas da haste pelo aporte de nutrientes direcionado para elas e não mais para o ápice, que foi podado”, explica Madeira ao ressaltar que antes o potencial da ora-pro-nóbis era subutilizado, já que na Região Sul não havia a tradição de consumir a planta.
O ora-pro-nóbis está sendo estudado no âmbito do projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil de hortaliças não convencionais”, da Embrapa Hortaliças, que busca tornar acessíveis as informações sobre essas espécies com o intuito de fomentar a produção, o consumo e a comercialização. Outras hortaliças estudadas são: almeirão-de-árvore, amaranto, anredera, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-do-ar, caruru, fisális, jambu, major-gomes, mangarito, maxixe-do-reino, muricato, peixinho, serralha, taioba e vinagreira.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) também está vinculado ao projeto de fomento do cultivo de ora-pro-nóbis no Paraná. O órgão adicionou a cultura na lista dos produtos financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), permitindo o custeio da lavoura.
Resultado de imagem para ora pro nobis“É um sonho meu que pode se tornar realidade”
O produtor rural Élcio Rochinski cultiva um hectare de ora-pro-nóbis em Palmeiras (PR) e, em parceria com a empresa de nutrição funcional, aposta na cultura como alternativa ao tabaco.
Como surgiu o interesse pelo plantio de ora-pro-nóbis?
Na região onde moro, existem poucas possibilidades de cultivos para pequenos agricultores e a grande maioria das famílias com uma pequena parcela de terra trabalha no cultivo do tabaco, pois em pequenas áreas de plantio é a cultura que mais dá resultados. Diante disso, sempre há a busca por novas opções de culturas por parte dos agricultores, já que a cadeia produtiva de tabaco é extenuante e pode trazer outras implicações para o agricultor. Por isso, sempre tive o anseio de poder produzir alguma coisa diferente e o sonho de que também outras pessoas pudessem depender menos dessa cadeia produtiva. Eu nunca tinha ouvido falar sobre ora-pro-nóbis. Fiquei sabendo da possibilidade quando a empresa buscava parceiros para começar a desenvolver lavouras aqui na região. Eu aderi logo aos experimentos para servir de modelo sobre o desenvolvimento da planta na região e para torná-la mais conhecida por aqui.
Quais os principais resultados observados com o sistema de plantio adensado e colheitas sucessivas?
Depois de um processo de adaptação e conhecimento sobre a planta e sobre seu cultivo, percebi que essa seria uma boa oportunidade para produtores aqui da nossa região. Em comparação com outros sistemas de produção, o plantio adensado possibilitou produção maior em um mesmo espaço de terreno sem prejudicar o desenvolvimento das plantas e também sem dificultar o manejo. Outra coisa que evoluiu muito no cultivo foi a possibilidade de fazer um manejo de podas sucessivas dando agilidade e rendimento na hora da colheita. Além disso, a cada poda, a planta é estimulada a produzir mais, assim o rendimento aumenta gradativamente conforme as plantas vão sendo podadas.
Em média, qual tem sido o rendimento obtido por área plantada?
Faz um ano e meio que, em minha propriedade, tenho cultivado um hectare de ora-pro-nóbis. Nesta área de plantio, é possível afirmar com clareza que, com o trabalho de podas adequado e com tratos culturais de limpeza e adubação regulares, a média de produção de cada planta a cada corte é algo em torno de 1 quilo de folha verde. Isso significa, após a secagem, algo em torno de 125 gramas de folhas desidratadas. Em média, temos o rendimento de R$ 2,25 reais por planta a cada corte. O rendimento semanal ou mensal depende muito do cronograma de colheita adotado por cada produtor, que varia conforme a disponibilidade de tempo destinado para a cultura.
Para a região, qual a importância de diversificar renda e cultivo?
No caso da diversificação, embora não pareça, a ideia principal não é aumentar exorbitantemente a lucratividade dos produtores, mas sim trazer segurança com opções de renda diferenciadas, caso alguma cultura venha a não produzir. Além disso, para que a diversificação seja eficiente é preciso que o produtor tenha consciência da sua capacidade de produção para cada cultura. Em resumo, quando há exagero nas proporções de atividades para desenvolver, acaba que nada fica sendo bem cuidado e, assim, não há o rendimento esperado. O primeiro passo para fazer uma boa diversificação na propriedade é estar consciente da sua capacidade de produção e saber dosar tudo que pretende fazer.
Quais são as perspectivas para o plantio de ora-pro-nóbis?
Há um grande caminho para percorrer, mas o primeiro passo foi dado, com o plantio sendo estudado cada dia mais. Costumo dizer que a planta se garante e mostra um potencial enorme. Há ainda um desafio pela frente, que é torná-la mais conhecida. Penso que, sob esse aspecto, a pesquisa e a indústria terão um papel fundamental na difusão do conhecimento e no estímulo ao consumo dessa planta. Para os produtores que pretendem obter renda em maior escala, o papel da indústria é indispensável. No geral, as perspectivas são as melhores possíveis – a ora-pro-nóbis é um sonho meu e de muitos outros produtores da agricultura familiar como opção de trabalho e renda que pode se tornar realidade.
Fonte: Portal Dia de Campo – Paula Rodrigues, Embrapa Hortaliças

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Sobreviver Sem As Abelhas é Impossível

Por: Pensando ao contrário
No filme Interestelar, que estreou recentemente, o planeta Terra está prestes a se tornar um lugar inabitável para humanos. De fato, um fenômeno similar a desertificação de todo o planeta se evidencia pelas tempestades de poeira que assolam o local e pelo fato da maioria das hortaliças e plantas alimentícias (exceto o milho) não existirem mais.
No filme não se explica o porquê da derrocada do planeta a um local inóspito e sem vida, mas nós bem podemos imaginar o que levou um planeta cheio de vida a um local seco e inabitável: o ser humano.
É fato que o filme é uma ficção científica, mas o quão longe estamos disso? O quão longe nossos hábitos e desejos por um sabor (carnes e derivados), pela vaidade (cosméticos e químicos), sexo e luxo (uso de energias não renováveis como fonte imediata de lucros) e pura preguiça (viver na ignorância por comodismo), não irão transformar o famoso planeta azul em planeta bege?
Recentemente, um artigo publicado em uma das revistas científicas mais conceituadas da atualidade, a Nature, demonstrou que uma família de pesticidas conhecida como neonicotinóides, está ligado ao declínio na população de polinizadores em geral e outras espécies. De fato, correm na internet dados conturbadores com relação a possível extinção em massa de abelhas, devido ao uso excessivo de venenos no agronegócio, porém, no estudo realizado por Hallmann et al. (2014)mostra-se que a situação é ainda mais alarmante: não são só as abelhas que correm perigo, mas também diversas espécies de pássaros e isso se deve ao fato de que muitos deles se alimentam dos insetos mortos pelos pesticidas.
Além disso, os pesticidas não são totalmente absorvidos pela planta, sendo levados pela chuva e contaminando lençóis freáticos e outras espécies de insetos não-alvo, como as abelhas. Aparentemente, as doses não seriam letais, como antigamente se esperava, porém como estas pequenas doses infiltram-se em espécies de insetos-alvo ou não-alvo, muitas espécies de pássaros que se alimentam destes insetos tendem a desaparecer pela queda de alimento disponível.

E o que eu tenho a ver com isso?
As abelhas estão desaparecendo e também muitas espécies de aves campestres, mas qual a relação disto com o bem-estar da espécie humana? Bem, o maior problema do declínio de espécies polinizadoras é que sem polinizadores não há sementes e se não há sementes, não há mais alimentos para a espécie humana. Além desta conseqüência mais imediata, também existe o problema de isso afetar outras espécies e com isso a cadeia alimentar como um todo, pois se não há mais insetos para as aves e não há mais aves para seus predadores, cria-se uma bola de neve que leva à extinção generalizada de outros seres vivos, ou seja, não estamos tão longe de um futuro em que a Terra seja de fato um grande deserto.

Como posso me informar mais?
Existem muitos materiais didáticos e documentários muito interessantes sobre o problema da iminente extinção de polinizadores em nosso planeta. O documentário “ais que mel” não só mostra o perigo da extinção das abelhas, mas como as abelhas são exploradas e tratadas como coisas pelos capitalistas. Abelhas são um grande negócio e o mel que se come por aí não é nada inocente. Veja o trailer abaixo:


E o que eu posso fazer?
Você pode fazer muito e saiba que nós temos o poder porque quando nos mudamos, inspiramos muito mais gente a se mudar também, então mude-se!
Existem algumas dicas abaixo que todo mundo pode fazer, como:
1)      Comer orgânicos e estimular a agroecologia familiar - Se você não consegue bancar tudo orgânico, veja o post de como economizar em orgânicos: 5 dicas para economizar em orgânicos.
2)      Proteja as florestas - Existem muitas e muitas espécies de abelhas e algumas delas são nativas. Algumas plantas só podem ser polinizadas por uma única espécie de abelha, por exemplo. Assim, é preciso proteger as florestas. Algumas dicas para atuar estão no post abaixo: Entenda como o desmatamento está cobrando sua dívida.
3)      Não deixe nas mãos dos políticos. - A maioria das pessoas ainda vive na lógica de confiar aos governantes medidas extremamente importantes para a sociedade. Na realidade, nós fomos educados para delegar o poder político a um grupo específico, porém isto nunca funcionou para o bem maior e não é agora que irá funcionar. Assim, não confie sua atuação política ao Estado. Aja por você ou em grupos de ativismo.

4) Crie jardins privados e públicos com flores - As abelhas se alimentam de pólen e quanto mais lugares com flores existirem, mais você as ajudará a sobreviver. 

Mais inspiração
Às vezes nós só vemos notícia ruim, o que desanima. Assim, é importante conhecer como seria o mundo se a humanidade resolvesse escolher o caminho da sabedoria, ao invés do caminho do imediatismo. O filme “A bela verde” é um ótimo filme para entender a sociedade do futuro e como ela se transformou de uma sociedade tóxica em uma sociedade justa. O segredo: a escolha das pessoas.


Paz!

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...